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Dina Mendes

Dina Mendes

36 anos, empresária, Alhandra

Num velho armazém de arroz de uma Alhandra de outros tempos nasceu um restaurante de charme. Dina Mendes, 36 anos, é a sócia-gerente do “Voltar ao Cais” – restaurante e ‘terrace’. Um regresso ao rio de uma declarada apaixonada pelo mar que se pudesse partiria pelo mundo em viagem.

Comecei a trabalhar no ramo com 25 anos. Já tive um outro estabelecimento na zona – o restaurante “14”. Faço um pouco de tudo, mas estou mais na sala. A dar a cara. Pela experiência anterior sei que as pessoas gostam de estar ao ar livre. Sobretudo no Verão. Temos a ideia de transformar o espaço em frente ao restaurante [terrace] num jardim de Inverno. Alhandra tem uma excelente zona ribeirinha. “Voltar ao Cais” é um regresso. Tem uma história engraçada associada… Temos pessoas que vêm de longe. Lisboa, Cascais, Leiria, Tomar e Santarém. Com dois anos de existência a palavra tem passado muito rapidamente. Para mim é das melhores publicidades. Se as pessoas saírem daqui satisfeitas vão recomendar.Não me falem em desemprego. Não há pessoas que queiram trabalhar hoje em dia. Toda a gente quer entrar às 09h00 sair às 17h00, ter feriados e fins-de-semana. Se pensarmos no que trabalharam os nossos antepassados, no que eles tinham e no que sofriam, percebemos que houve uma viragem acentuada. Muitos querem fazer o indispensável ou o menos possível, receber o ordenado ao fim do mês e ir embora. Nunca resultou nem há-de resultar.Tenho uma vida muito preenchida. Estou no restaurante a partir das nove da manhã. À tarde tenho as compras e outros assuntos para tratar. Estou cá todos os dias até à meia-noite ou uma da manhã. Fazemos opções. E nesta fase esta é uma opção. É como se fosse um bebé.A vida é feita de experiências novas. Vamos aprendendo e crescendo como pessoas. As expectativas estão a ser superadas. Numa altura em que toda a gente fala de crise nós não nos podemos queixar nesse aspecto. Temos uma boa relação de preço e qualidade. Nesta altura não estamos com o lucro que deveríamos, mas tudo se faz a pouco e pouco. Conseguimos ter férias. No primeiro ano eu e o Marco Ascensão [companheiro e sócio] tiramos quinze dias e este ano três semanas. É mesmo necessário. É muita coisa e a cabeça precisa de parar para não irmos abaixo. Mas é um esforço económico grande. Gosto muito do mar. É aí que procuro a tranquilidade. Temos uma vida muito ocupada e lidamos com muitas pessoas. Gera-se uma saturação. Nos meus tempos livres procuro estar com os amigos mais próximos, ler um pouco, sempre que possível, mas sobretudo estar próxima do mar. Acho que isso é que me dá energia para conseguir continuar. A verdade e a sinceridade acima de tudo. É preciso colocarmo-nos do lado dos colaboradores e dos clientes. Pensar no que gostaríamos que nos fizessem se estivéssemos lá. Neste ramo é sobretudo o que é necessário. Tentar perceber os dois lados é um pouco a chave de tudo. Formei-me em design de moda. Foi uma coisa que ficou em águas de bacalhau. Um dia mais tarde, quem sabe? Não está esquecido. Também gostava de ter tirado um outro curso: arquitectura. Comes e bebes, comes e bebes. Costumava comentar isto com uma colega de escola. Conversas de crianças. Mas a verdade é que aqui estou. Faço de tudo um pouco. Também na cozinha. Há a experiência e um gosto pessoal. Uma colaboração contínua com a equipa. Tentamos atingir o equilíbrio para que o cliente saia o mais satisfeito possível.Talvez tenha filhos um dia mais tarde. É uma coisa que tem que sentir-se. Para ter um filho e entregá-lo aos avós se calhar é preferível não ter. Podem chamar-lhe egoísmo. Não sei o futuro. Nunca devemos dizer que não.Correr mundo seria a minha viagem de sonho. Gostaria de partir durante um, dois, três, quatro, cinco ou dez anos. Conhecer novas culturas e estar com as pessoas desses sítios. E hei-de conseguir... Viajar é algo que nos traz muito. O contacto com novas experiências, novas pessoas e novos sítios faz-nos enriquecer muito por dentro. Ana Santiago
Dina Mendes

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