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Falta clubismo e amor à camisola no hóquei do concelho de Vila Franca de Xira

Modalidade com forte tradição no concelho perde cada vez mais adeptos

Valter Neves, um dos grandes talentos do hóquei nacional, formado nas escolas do Futebol Clube de Alverca e jogador do Sport Lisboa e Benfica, lamenta que a modalidade esteja a perder adeptos no concelho de Vila Franca de Xira e recordou a O MIRANTE a sua recente passagem pelo campeonato do mundo.

O hóquei em patins está a morrer no concelho de Vila Franca de Xira. A opinião é de Valter Neves, jovem jogador de 26 anos, residente em Vila Franca de Xira e formado nas escolas do Futebol Clube de Alverca, que actualmente compete pelo Sport Lisboa e Benfica e que integrou a comitiva da selecção nacional no último campeonato do mundo.Valter Neves, nascido em Torres Vedras mas criado em Alverca, diz ficar “triste” quando vê a modalidade que adora cair no esquecimento colectivo. “Quando eu comecei a jogar hóquei no Alverca havia uma rivalidade saudável entre Vila Franca e Alverca, que mobilizava as pessoas e enchia pavilhões. Isso agora está diferente e é pena. Fico um pouco triste porque vou jogar a campos noutras localidades e noto que as pessoas se reúnem para um objectivo e sentem aquilo como sendo uma coisa sua. Sentem o clubismo, estão juntas e reúnem-se a puxar pela equipa. Aqui não”, desabafa a O MIRANTE. Recordando os tempos em que o pavilhão do hóquei de Alverca se enchia para ver os jogos, Valter lamenta que “os miúdos que queiram evoluir na modalidade têm de ir para Lisboa ou Alenquer” e que a modalidade “já teve uma grande tradição aqui na zona mas deixou-se perder essa tradição. O hóquei morreu muito relativamente ao que era”.Com um patamar invejável na competição, destacam-se os títulos de campeão europeu de juvenis, 3 vezes vice campeão nacional de seniores, vencedor de 3 taças latinas, vencedor da Taça das Nações, 2 medalhas de bronze em campeonatos da Europa e 2 medalhas de bronze em campeonatos do Mundo. Valter mudou-se para Vila Franca de Xira há seis anos e diz-se satisfeito com a cidade que já considera sua. “Vi crescer várias estruturas e espaços com os quais me identifico, nomeadamente o parque urbano e o passeio ribeirinho. Apesar de ter vivido grande parte da vida em Alverca considero-me um vilafranquense”, diz com um sorriso.Vestir a camisola da selecção foi apenas o último passo deste jovem que aos 14 anos trocou Alverca pelo Clube Desportivo de Paço D`Arcos, onde esteve até 2003. “Na altura o Benfica estava numa posição delicada na tabela e o Paço D`Arcos bem colocado. Acabei por ser escolhido para ir para o clube do meu coração. Falta-me só um titulo sénior a nível nacional e este ano o Benfica tem uma nova dinâmica e novos métodos de trabalho que nos fazem estar em primeiro e acredito que esta época vai ser boa em resultados”, garante.A participação no último mundial foi motivo de orgulho, onde a selecção nacional conseguiu enfrentar os campeões do mundo nas meias-finais e, apesar da derrota por 2-1, “fizemos um bom jogo e dignificámos as cores nacionais”. Quando ouve o hino ainda sente o calafrio da responsabilidade. “Para todos os jovens que gostam de hóquei e gostavam de seguir na modalidade eu digo para seguirem o sonho, trabalharem muito e se não conseguirem alcançar o que pretendem a nível local persigam-no lá fora. Nunca desistam apesar das dificuldades”, conclui.

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