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Tratamento mecânico e biológico de resíduos é solução para evitar deposição em aterro

O ambientalista Rui Berkemeier defendeu sexta-feira, em Fátima, que a única solução para evitar que os resíduos indiferenciados continuem a ser depositados em aterro é através do seu tratamento mecânico e biológico (TMB). “O nosso desejo - o que faz sentido - é que não haja mais resíduos urbanos em bruto a médio prazo a serem colocados em aterro e a única forma de o fazer é através desta solução”, disse Rui Berkemeier, do Centro de Informação de Resíduos da Quercus, um dos oradores das XIX Jornadas de Ambiente, organizadas pela associação, que versam sobre o TMB na reciclagem dos resíduos urbanos.O TMB consiste na separação mecânica dos resíduos indiferenciados em matéria orgânica, materiais recicláveis e rejeitados. No caso da matéria orgânica, é tratada de forma biológica, através da compostagem ou digestão anaeróbia (biogás), enquanto os materiais recicláveis são enviados para reciclagem.Rui Berkemeier explicou que, em termos de resíduos, deve pensar-se primeiro na prevenção e depois na recolha selectiva, defendendo, neste caso, uma aposta maior na recolha porta-a-porta ao invés dos ecopontos. “Mas o terceiro nível de intervenção tem de ser o tratamento dos resíduos que as pessoas não separam e que ainda continuam a ser o grosso”, declarou, adiantando as opções neste âmbito são o aterro, a incineração ou o TMB.Para o responsável, a TMB permite “o melhor de dois mundos”: retirar matéria orgânica dos aterros, com redução de odores e da poluição hídrica, e diminuição da sua área, aumentando a reciclagem para taxas mais elevadas e superiores às que exige a União Europeia.O ambientalista revelou que ao TMB está associado o aumento exponencial da reciclagem de plástico e o aumento significativo da reciclagem de cartão e metais, mas crescimento menos relevante no vidro. O responsável afirmou, também, que estão a funcionar no país cinco unidades de TMB, havendo outras tantas em construção, advertindo, no entanto, para a necessidade de aplicação de tecnologia apropriada nestes sistemas.Quanto ao escoamento do composto resultante do TMB, defendeu a necessidade de uma “estratégia articulada” entre os Ministérios da Agricultura e do Ambiente. “A outra parte que falta fazer são trabalhos no sentido de que haja uma estratégia de escoamento do composto, para perceber onde faz falta, onde é produzido, em que culturas é que faz sentido a utilização deste material”, explicou, ao mesmo tempo que defendeu pressão para a aprovação da norma do composto.

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