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Fleumático Manuel Serra d’Aire

Estou estarrecido com a polémica à volta dos tapumes do Cartaxo. Um pouco antes das eleições autárquicas, um autarca visionário decidiu em devido tempo colocar tapumes em redor do jardim central da cidade e condicionar o trânsito em redor, pensando já nas obras que viriam a seguir, embora não se saiba bem quando. É verdade que até à data os tapumes para nada serviram, a não ser deixar clara a intenção da autarquia em ali fazer obra. Não se sabe ainda é quando. A verdade é que mais tarde ou mais cedo (não se sabe bem é quando) os tapumes teriam que ser colocados. E nessa altura já não será preciso, porque esse trabalho já está feito. Tiro por isso o meu chapéu ao autarca Paulo Caldas, um raro exemplo de político que sabe antecipar o futuro e não se limita a reagir aos acontecimentos. A política é realmente um mundo complicado. Se um tipo toma medidas atempadas leva nas orelhas. Se toma só depois do mal feito, leva na mesma. É uma injustiça!Também fiquei chocado com as imagens do desfile dos caloiros de Tomar. Há situações que deviam ser censuradas. Ver gente com mais idade do que eu para ter juízo a ser alvo de sevícias por parte dos alunos veteranos é extremamente degradante é mais um exemplo da fragilidade da condição humana. O espírito académico não se pode sobrepor à dignidade individual nem se pode abusar assim da velhice.Há muitas formas de tentar regressar à juventude perdida, desde o modo de vestir às novas amizades, passando pelos ginásios e implantes mamários, pelo botox e pelo engate de companhias bem mais novas. Tudo certo e compreensível, desde que não seja apanhar com ovos na cabeça para gáudio de uma turba imberbe vestida de preto. Meus irmãos trintões, quarentões e cinquentões: ganhem juízo e não façam essas figuras à frente de tanta gente. Se hoje é assim, imagino quando estiverem completamente senis…Outra má notícia que recebi com assombro foi a do encerramento pela PSP do bar que o União de Tomar explora quando há jogos de futebol no estádio da cidade. Para mim, um jogo de futebol pode não ter árbitros, balizas, jogadores ou bola. São coisas completamente supérfluas. Mas não admito uma ida ao futebol sem umas imperiais e umas bifanas a acompanhar. E como eu há muitos outros.Este preciosismo da PSP é uma grave afronta aos direitos dos adeptos. Aonde vai parar o nosso futebol se isto continua? Acabam com as imperiais, a seguir com os coiratos e os tremoços e algum dia um tipo vai ao futebol e não pode sequer chamar nomes às mães dos árbitros. Manel temos de lutar pelos nossos direitos e impedir que estas medidas fascizóides continuem a ganhar terreno no nosso país.Com estas preocupações me vou, preparando já o bandulho para a prova da água-pé do nosso compadre Fanã, homem de rija têmpera que não gosta de alinhar com frangos de aviário que bebem cerveja sem álcool e mixórdias afins.Saudações vitivinícolas do Serafim das Neves

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