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Há muitos anos que não se via tanta azeitona

Há muitos anos que não se via tanta azeitona

Na Cooperativa de Olivicultores de Fátima os valores já se aproximam do total do ano passado
As boas condições climatéricas são apontadas como as grandes responsáveis pela abundância de azeitona que se registou este ano, revelou a O MIRANTE Pedro Gil, tesoureiro da Cooperativa de Olivicultores de Fátima. A meio da campanha, que se iniciou com 15 dias de antecedência com as entregas de azeitona da zona de Torres Novas, os valores na cooperativa aproximam-se já do valor total do ano passado, atingindo cerca de 2 mil toneladas. A abundância leva desde já à previsão de que o preço do azeite desça 15 por cento no próximo ano.A azeitona é de tal forma abundante que quase não dá trabalho a apanhar. Apesar de muito do produto ainda se encontrar bastante verde aquando da entrega na cooperativa, a situação não se deverá reflectir negativamente na qualidade do azeite. Actualmente, calcula, 100 quilos de azeitona estão a resultar em cerca de 14 litros de azeite. Para já, a associação prevê manter as portas abertas até Fevereiro, após recebida azeitona com origem no Alentejo. A Cooperativa de Olivicultores de Fátima tem sócios um pouco por toda a região centro, desde Santarém a Soure. Pedro Gil aponta que o facto de limparem e lavarem a azeitona, permitindo que as pessoas não acumulem o produto em casa, são as principais vantagens desta entidade. Além disso, em menos de 24 horas a azeitona é moída, estando o azeite pronto para recolha.Há quatro anos a organização sofreu melhoramentos, tendo-se aumentado a capacidade de produção para cerca do triplo. Mais investimento nas instalações “justifica-se este ano”, mas não no próximo, pelo que a cooperativa vai manter as actuais condições, esclareceu.Lagar do Bairro mantém a tradiçãoObedecendo ainda aos métodos tradicionais de produção, com separação natural e a frio do azeite, o velho Lagar do Bairro, concelho de Ourém, ainda trabalha sob o ressoar das mós e o cheiro intenso do azeite, sendo o produto retirado manualmente, por decantação, após o devido repouso de 14 horas. O responsável, José Manuel Fernandes, comenta que o nível dos clientes tem-se mantido com os anos, tendo-se notado também um aumento significativo do trabalho nesta estação. “Este ano houve pessoas que chegaram à meia-noite e só foram atendidas de manhã”, refere, notando, no entanto, que para o efeito também contribuíram algumas avarias registadas nas máquinas. Já o dono, António Pedro Fernandes, lembra, por seu lado, que há mais de 20 anos que não via tanta quantidade de azeitona.Não existindo receios quanto ao escoamento de todo produto, José Fernandes nota contudo que o lagar sofre sobretudo com a falta de capacidade, estando neste momento a trabalhar no seu limite máximo. Ao mesmo tempo, apesar de manterem o velho sistema, continuam a chegar clientes de vários concelhos da região, como Leiria, Ourém ou Torres Novas, destaca.
Há muitos anos que não se via tanta azeitona

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