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Dia 3 de Dezembro passam 129 anos sobre o nascimento em Vila Franca de Xira de Reynaldo dos Santos

Um homem ilustre com um currículo impressionante, crítico acérrimo da mediocridade

Para muitas pessoas, falar em Reynaldo dos Santos é falar do Hospital de Vila Franca de Xira e da Escola Secundária da cidade. Mas vale a pena descobrir o homem nascido na rua das Varinas cujo currículo é impressionante.

No dia 3 de Dezembro completam-se 129 anos sobre a data de nascimento de Reynaldo dos Santos, um dos mais ilustres cidadãos de Vila Franca de Xira. Médico, pedagogo, cientista, escritor, historiador e crítico de arte, Reynaldo dos Santos nasceu a 3 de Dezembro de 1880 na rua das Varinas. O seu pai, José dos Santos era médico na cidade. A sua mãe chamava-se Maria Amélia Pinheiro dos Santos. O casal teve cinco filhos, o mais novo dos quais foi Reynaldo dos Santos cujo baptismo se realizou no dia 14 na Igreja de S. Vicente.Fez o ensino primário e secundário em Vila Franca de Xira, tendo ingressado na Escola Médico-­Cirúrgica de Lisboa em 1898. Formou-se em 1903 e a sua nota final não corresponde ao brilhantismo que atingiu ao longo da sua vida uma vez que teve apenas 13 valores como nota final. Considerava que a maioria dos professores eram autoritários, monótonos e pesados. Em 1906, conclui a sua tese de doutoramento sobre Aspectos Cirúrgicos das Pancreatites Crónicas, fez concurso para Professor, fica aprovado em mérito absoluto e inicia docência na Faculdade de Medicina. Devido às suas posições críticas relativas ao sistema de ensino, incompatibiliza­-se com um dos professores mais antigos e é suspenso de funções em 1916.Sobre o ensino escreveria: «A crise educativa resolve-se mandando gerações novas completar os estudos nos outros payses (…) sem receio de os desnacionalisar. O que desnacionalisa, é encontrar a pátria inferior, indiferente, vasia e estúpida».O seu espírito crítico não visava apenas o ensino mas o país. Numa carta a Raul Proença, por exemplo, desabafava: «Enfim, isto é a terra dos patrioteiros que julgam que Portugal é aquilo que eles imaginam e afirmam quando afinal é outra coisa, uma coisa que eles ignoram». Reynaldo dedicou, desde novo, parte do seu tempo e do seu amor às mais variadas formas de arte, como a Pintura, Escultura, Arquitectura, Mobiliário, Azulejaria, Faiança, Ourivesaria, Vidragem, Iluminura e Tapeçaria, sobre todas escrevendo, depois de as investigar e estudar.O seu interesse pelas belas-artes surge durante umas férias na Figueira da Foz. A sua primeira obra de arte, que colocou em destaque no seu gabinete de trabalho, foi uma pintura de origem francesa comprada na feira da Ladra de Lisboa. Um currículo impressionanteÉ difícil escolher algumas datas significativas na vida de Reynaldo dos Santos1908 • Membro da Société Internationale de Chirurgie.1916-1918 • Esteve em França, na Grande Guerra de 1914-18, durante dois anos e meio, como cirurgião nos Hospitais Ingleses do Norte da França, 26 General Hospital. Depois no Hospital Wimereux. Consultor de cirurgia do Corpo Expedicionário Português (C.E.P.).1922 • Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra.1930-1933 • Presidente da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa.1931 • Comendador de número da Ordem Civil da Alfonso XII de Espanha.1932 • Membro da Academia de Belas-Artes de Sevilha. Um dos dez Vogais Efectivos e Fundadores da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa, sob a Presidência do Dr. José de Figueiredo.1942 • Director da Faculdade de Medicina de Lisboa1956 • Cavaleiro do Império Britânico - Knight of the British Empire (K.B.E.).1964 • Doutor Honoris Causa pelas universidades de Paris, Estrasburgo e Toulouse.1969 • Gran Cruz do Mérito Civil Espanha.1970 • Falecimento em 6 de Maio, em Lisboa.Nota: elementos recolhidos em: http://www.vidaslusofonas.pt/index.htm

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