
Centro Cultural do Bom Sucesso precisa de obras urgentes oito meses depois da inauguração
Piso de um dos auditórios abateu, paredes apresentam fissuras e já foram detectadas infiltrações
Inaugurado com dois anos de atraso e uma derrapagem financeira de 360 mil euros, o Centro Cultural do Bom Sucesso, em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, volta a ser o centro das atenções ao precisar de obras para reparar várias anomalias de construção. Filipe Matias
O Centro Cultural do Bom Sucesso, em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, está a precisar de obras urgentes, oito meses depois de ter sido inaugurado. O piso de um dos auditórios abateu, as paredes apresentam fissuras e infiltrações e os funcionários queixam-se de desnivelamentos do piso um pouco por todo o edifício.Inaugurado com dois anos de atraso e com uma derrapagem financeira de mais 360 mil euros em relação àquilo que estava inicialmente previsto, o centro apresenta ainda pequenos problemas funcionais, como a falta de campaínhas, aquecimento, telas e outros equipamentos usados em espéctaculos culturais. “Além disso o espaço é pouco habitável, está vazio, fechado e no Inverno torna-se muito frio. Pergunto como é que uma construção tão recente já tem a tinta a descolar-se das paredes. E falta isolamento, por baixo das janelas. O frio entra como se estivéssemos na rua”, lamenta, o vereador da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Bernardino Lima (CDU). Em resposta, o vereador com o pelouro das obras, Rui Rei (Coligação Novo Rumo), reconhece os problemas e garante já ter conhecimento das queixas. “O mais complicado é o abatimento do piso do auditório. Temos de nos manter atentos. A obra está na garantia e a empresa construtora vai avançar com a reparação das anomalias”, garantiu o autarca, sem especificar datas. A primeira pedra do centro foi lançada em Outubro de 2006. Na altura, segundo noticiou O MIRANTE, a presidente Maria da Luz Rosinha considerou a obra “o melhor espaço cultural do concelho”, num projecto do arquitecto Miguel Arruda. O centro foi edificado junto às minas de São Romão e o custo foi dividido entre a câmara e o Programa Integrado de Qualificação das Áreas Suburbanas da Área Metropolitana de Lisboa (Proqual). As servidões militares e aeronáuticas existentes na zona levaram a que o espaço fosse pensado para nascer no subsolo, com pátios que permitem a entrada de luz natural. Além dos dois auditórios, que em conjunto albergam 168 lugares, existe à disposição dos visitantes uma biblioteca, bar com esplanada e palco para ensaios.A obra foi adjudicada inicialmente por 1 milhão e 841 mil euros mas a derrapagem orçamental empurrou a conta final para os dois milhões e 200 mil euros. De acordo com a câmara, o dinheiro serviu para suportar alterações ao projecto inicial decorrentes da derrocada parcial do pátio do edificio denominado “Casa Amarela”.O Centro Cultural é também a sede de cinco associações de Alverca: o Centro Social e Cultural do Bom Sucesso, Federação das Associações de Pais do concelho de Vila Franca de Xira, Clube de Aeromodelismo de Alverca, Associação Dinamizadora de Folclore do concelho de Vila Franca de Xira e a Associação para a Promoção da Saúde e do Desenvolvimento Comunitário. O espaço alberga ainda uma delegação da Junta de Freguesia de Alverca, o núcleo museológico do Bom Sucesso e a Casa da Juventude.Vereação lamenta falta de dinamizaçãoOs vereadores da CDU na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira lamentam a falta de dinamização do Centro Cultural do Bom Sucesso e pedem melhorias. Na última reunião pública do executivo o vereador Aurélio Marques (em substituíção de Ana Lídia por doença), lamentou que “nunca se veja um folheto ou informação sobre os programas culturais que estão a decorrer” no centro cultural. Bernardino Lima apontou baterias ao responsável do espaço e questionou a falta de divulgação do recinto. “Sente-se a falta de estratégias de dinamização do centro e alguma gestão não é feita como deve ser, como a do uso dos auditórios. Não há qualquer controlo, qualquer pessoa pode pedir para utilizar mas quem gere nunca sabe como o auditório vai ser utilizado”, criticou. A Câmara Municipal não considera haver necessidade de criar uma nova dinâmica na promoção dos eventos e faz um balanço “bastante positivo” dos primeiros meses de funcionamento do centro

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