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Véspera de Natal não melhora negócio na feira semanal de Ourém

Crise, grandes superfícies e mau tempo são apontados como causas para vendas fracas

Feirantes dizem que há muita gente a ver, a escolher e a regatear, mas as vendas já conheceram melhores dias.

A tradicional feira de quinta-feira em Ourém coincidiu este ano com a véspera de Natal. Entre as muitas tendas dos feirantes, num dia de chuva e frio, a afluência de pessoas chegou a surpreender. O negócio, no entanto, afirmaram os comerciantes, não melhorou com as compras de última hora. Na tenda de Joaquina e Vítor, as fazendas e os casacos de Inverno foram os produtos que mais marcaram a véspera natalícia. No geral, comentou Joaquina, o negócio até se encontrava “razoável”, ainda que notasse um decréscimo em cerca de 20 por cento nas vendas. As pessoas vão comprando, “há muita gente a ver” e tentam “regatear um pouco”. A feirante manifestou-se ainda surpreendida com o número de visitantes à Feira de Ourém. “Com a chuva que houve, as pessoas ainda vieram”, notou. Diz, contudo, que comprou os produtos a um preço superior e está a vendê-los ao mesmo valor do ano passado, situando-se os preços na sua banca entre os 20 e os 40 euros. Na zona da sapataria, o negócio não encontrava melhor adesão. Martinho Patrão apontou para 40 por cento o decréscimo nas vendas em relação a 2008, ainda que o negociante pratique os mesmos preços. “Há muita gente”, salientou, “mas acham tudo caro”, as pessoas não têm dinheiro. Apesar de tudo, notou, “se não tivesse chovido” talvez se registasse maior afluência.Por seu lado, Fernando Nascimento considerou que, para a época, os visitantes da manhã de quinta-feira eram poucos. Vendendo sobretudo meias, notou que as pessoas chegam, vêem a oferta e “acham caro”. No geral, vende-se muito menos, cerca de “metade” de outros anos e “cada vez pior”. “É a crise”, lamentou. Garante que há seis anos pratica os mesmos preços e já os tem baixado em alguns produtos. No mercado, ao lado, havia quem se queixasse que não vendia desde as 09h30, ainda que a fila no Multibanco não parasse de aumentar com o avançar da manhã. Anabela Aquino apontou o dedo às grandes superfícies, que “estragam o negócio”. O bacalhau que vende em véspera de Natal já não serve para estar preparado à consoada, mas a semana não registou grandes vendas. “Nota-se que as pessoas não têm dinheiro como nos outros anos e escolhem muito”, referiu. A seu lado, Ilda Antunes, a trabalhar no mercado há já duas décadas, salientou que durante a semana ainda se vendeu algum bacalhau, “mas nada de extraordinário”. As pessoas vão às grandes superfícies comprar, atentas às promoções, e muitas vezes acabam por pagar mais, notou.Com vários sacos em seu redor, Eloísa Santos afirmou ter vindo à feira de propósito para as compras de Natal, ainda que os presentes, principalmente roupa, tenham sido sobretudo para ela. De férias, a viver no Sobral, aproveitou a feira de quinta-feira de Ourém. Os produtos, no geral, “não estão muito caros”, ainda que em certas bancas, se discutir o preço, consegue-se comprar mais barato, afirma. Já Cátia Lourenço, de Caxarias, considera que em certos produtos a feira já não compensa, por se comprar melhor e mais barato nos espaços comerciais. Veio aproveitar a feira de quinta-feira, mas fora do contexto do Natal. “Apenas coisas para a casa”, afirmou.

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