Padeiro que matou aluna em passadeira circulava em excesso de velocidade
Ministério Público concluiu investigações do acidente de Rio Maior e acusa condutor de homicídio por negligência
Família de Sandrine Correia tem procurado uma testemunha que considera essencial para esclarecer algumas questões do acidente, mas até ao momento não conseguiu.
O padeiro que há dois anos atropelou mortalmente numa passadeira uma estudante da Escola Superior de Desporto de Rio Maior circulava em velocidade excessiva. A conclusão é do Ministério Público que terminou a investigação do caso e já deduziu acusação contra João S., de 33 anos de idade, imputando-lhe a autoria de um crime de homicídio por negligência, que é punido com uma pena que pode chegar aos cinco anos de prisão.O Ministério Público da Comarca de Rio Maior refere que a viatura de transporte e venda de pão circulava a uma velocidade de 77,32 quilómetros por hora na avenida Mário Soares, no centro de Rio Maior, onde a velocidade máxima permitida é de 50 km/hora. O piso estava húmido e havia nevoeiro, segundo apuraram as investigações. E acrescenta-se que o acidente ocorreu devido ao facto do arguido não ter facultado a passagem a Sandrine Correia, na altura com 30 anos, que se encontrava a circular na passadeira para peões.No entender do Ministério Público, o padeiro, natural de Santarém e na altura a residir na freguesia de Alcanede, fez uma condução “imprudente” e circulava desatento. Pelo facto de ir em excesso de velocidade, segundo a acusação, não teve tempo de parar e assim evitar o embate com Sandrine, que residia em Vale de Figueira, concelho de Santarém. A jovem foi projectada a uma distância de 33 metros, tendo sofrido lesões crânio-encefálicas, toráxicas e abdominais. Ferimentos que determinaram a sua morte, que foi confirmada 12 horas depois de ter sido transportada para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.O acidente ocorreu no dia 10 de Janeiro de 2008, às 8h40, no sentido da rotunda do Atleta para a rotunda do Mineiro. A avenida tem duas faixas para cada sentido e o condutor circulava na faixa da esquerda, em ultrapassagem a outro veículo. O condutor do veículo que estava a ser ultrapassado terá visto como aconteceu o acidente, mas este nunca foi identificado. A família da vítima, Sandrine Correia, tem tentado encontrar essa testemunha que pode esclarecer algumas questões relacionadas com o acidente, mas até ao momento ainda não conseguiu.A passadeira que a aluna atravessava fica a cerca de 100 metros do pavilhão multiusos onde funciona a escola. Sandrine ia participar numa aula de paintball que decorria na zona florestal da cidade, do outro lado da estrada. A estudante frequentava o 2.º ano do curso de Desporto de Natureza e Turismo Activo. Era já licenciada em francês e italiano pela Faculdade de Letras de Lisboa e procurava nova formação para encontrar saídas profissionais.Após o acidente, colegas e outros alunos do ensino superior e secundário da cidade juntaram-se numa vigília de homenagem a Sandrine Correia. Na altura a Associação de Estudantes da Escola Superior de Desporto de Rio Maior reclamou um reforço da sinalização e outras medidas que ajudassem ao respeito pelo limite de velocidade na avenida Mário Soares. O então presidente da associação, Luís Pereira, disse a O MIRANTE que a avenida é como uma via rápida, com passadeiras para “inglês ver” e são muitos os que não respeitam o limite de velocidade.
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