Ensinar crianças foi a concretização de um sonho de infância
Primeira professora de Inês Graça foi determinante na escolha da sua profissão
Jovem professora de Almeirim dá aulas no primeiro ciclo na vertente de ensino especial.
Inês Graça tem 24 anos e desde criança que sonhava ser professora do primeiro ciclo. Um sonho que começou a ser concretizado há cerca de ano e meio. A jovem natural de Almeirim garante que a professora que a acompanhou durante os primeiros quatro anos de vida escolar teve uma grande influência na sua decisão. “Sem dúvida que os primeiros anos de aprendizagem são os mais importantes e tem uma grande influência no desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Foi isso que aconteceu comigo. A minha professora transmitiu-me os principais valores da aprendizagem dando-me sempre mais vontade de aprender. E fez com que eu também sentisse necessidade de transmitir os meus conhecimentos aos mais novos”, explica.Em criança, Inês Graça teve na sua mãe uma grande aliada para as brincadeiras. Com um quadro preto, giz e apagador transformava-se em professora de palmo e meio onde a mãe era a aluna. Além de fazer os trabalhos de casa diários, a jovem imaginava que ensinava a mãe a ler e escrever. “O que eu mais gostava era de corrigir e marcar certos. A minha mãe tinha uma paciência inesgotável. Mas ela sabia que eu estava a aprender a brincar todos os dias aos professores”, conta.Inês Graça concluiu o curso em Junho de 2008 e dois meses depois estava a dar aulas num colégio privado, no Cartaxo, onde ficou um ano lectivo. Em Setembro do ano passado concretizou outro sonho. Abriu um centro de estudos onde ajudava as crianças a fazer os trabalhos de casa e ensinava as matérias escolares. Ao mesmo tempo iniciou uma pós-graduação em ensino especial no domínio cognitivo e motor na Escola Superior de Torres Novas.Como a vida dá muitas voltas, em meados de Dezembro Inês teve que abandonar esse projecto uma vez que ficou colocada no ensino público na vertente de ensino especial. A falta de docentes especializados nesta área fez com que fosse chamada tão rapidamente para dar aulas. Desde 14 de Dezembro que dá aulas a alunos da Escola EB 1 do Pragal (Almada) que apresentam dificuldades de aprendizagem.A jovem professora garante que dar aulas a alunos com estas características é um desafio muito estimulante. “As crianças estão integradas nas suas turmas, mas como revelam maiores dificuldades em apreender a matérias têm aulas de ensino especial onde existe um acompanhamento mais intensivo. É muito reconfortante e recompensador ver os progressos que eles apresentam no final do ano lectivo”, refere.Inês Graça dá aulas de Língua Portuguesa, Matemática e Estudo do Meio. Da experiência que tem, a professora garante que a Matemática continua a ser o grande bicho-de-sete-cabeças para os alunos. Na sua opinião, o medo dos números deve-se sobretudo à falta de prática. E dá como exemplo uma aluna que frequenta o seu centro de estudos que não tinha mais do que a classificação “Satisfaz” a todas as disciplinas. E agora tira “Satisfaz Plenamente” a tudo. “É uma questão de praticar todos os dias as matérias que vão sendo dadas na escola e saber entusiasmar as crianças. Quando os alunos não gostam de uma disciplina é porque necessitam de maior apoio para entender a matéria”, reflecte.Quando soube que ficou colocada numa escola pública Inês Graça foi invadida por um misto de emoções. Por um lado estava a concretizar o maior sonho de qualquer professor, trabalhar no ensino público. Mas, por outro lado, teve que deixar o centro de estudos que sempre foi uma ambição.A professora revela que o mais complicado da profissão é a constante mudança a que estão sujeitos. O que acaba, na sua opinião, por tornar difícil o momento da despedida dos alunos com quem contactou durante nove meses. “É impossível não criar laços de amizade e carinhos com os alunos. Ainda por cima, as crianças são muito espontâneas e não conseguem disfarçar as emoções. O que mais me custa é ouvi-los pedirem para eu ficar com eles para o próximo ano, mas não sou eu que dito as regras. Sinto como se os tivesse a abandonar”, reflecte. A professora revela que o mais complicado da profissão é a constante mudança a que estão sujeitos. O que acaba, na sua opinião, por tornar difícil o momento da despedida dos alunos com quem contactou durante nove meses.
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