Casa mortuária de Manique do Intendente já funciona 24 horas por dia
Junta de Freguesia fica com a chave e deixa de ser preciso pagar para usar o espaço
A casa mortuária de Manique do Intendente, Azambuja, voltou a funcionar 24 horas por dia. A junta fica com a chave e deixa de ser necessário pagar para velar os mortos. A imposição de uma hora limite para usar o espaço estava a revoltar os paroquianos.
Os habitantes de Manique do Intendente, concelho de Azambuja, já podem velar os seus mortos durante 24 horas por dia na casa mortuária da aldeia. A Junta de Freguesia de Manique do Intendente e a Fábrica da Igreja – que até Novembro detinha a chave – estabeleceram um protocolo para garantir o funcionamento ininterrupto do espaço que foi construído com o apoio do povo e autarcas locais.A limpeza passa a ser assegurada pela Junta de Freguesia de Manique do Intendente que fica com a chave da casa mortuária. “Não há lugar a qualquer pagamento”, diz-se no aviso distribuído pela aldeia.O presidente da Junta de Freguesia de Manique do Intendente, Herculano Martins (CDU), admite que a solução agrada aos seus fregueses. “As pessoas tinham que pagar 60 euros pelo uso do espaço e no final ainda tinham que fazer a limpeza”, explica o autarca que garante que tentou várias vezes resolver a situação ainda com o anterior padre o que não foi possível. A autarquia local procedeu também à pintura do interior do espaço e vai comprar sofás para tornar o local mais confortável. Herculano Martins diz que a junta avançou com as obras mesmo sem qualquer contrapartida financeira para o efeito. Como O MIRANTE noticiou em Abril de 2009 quem morria depois das dez da noite na aldeia tinha que ser velado em casa. A morte repentina de uma anciã da terra, que colaborou na construção da casa mortuária e toda a vida serviu a igreja da terra, revoltou familiares e populares. A conterrânea, 80 anos, faleceu a 24 de Março de 2009 após o jantar. A guardiã da chave da casa mortuária já não abriu o espaço. Já passava das 22h00, hora limite do funcionamento do espaço. O presidente da Junta de Freguesia de Manique do Intendente recebeu numa reunião informal 53 mulheres da freguesia que se mostraram preocupadas com a situação da casa mortuária e chegou mesmo a dizer que se fosse necessário apoiaria a população na construção de uma segunda casa onde a população possa velar os seus entes queridos 24 horas por dia. Sem preocupações com limite de horário de funcionamento. A actual casa mortuária foi construída na década de 80 do século XX com o apoio do povo e de eleitos locais que abdicaram de um ano de vencimento para ajudar a Igreja. Era presidente da junta à época, António José Morgado. O apoio foi concedido à Igreja que desde então gere o espaço, propriedade do patriarcado. Depois da saída da paróquia do padre Paulo Figueira, residente na Casa Paroquial de Alcoentre, e da entrada do novo pároco, Tiago Miguel Neto, a situação foi finalmente resolvida.
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