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Formação para adultos em serviço de mesa abre novas oportunidades

Primeiro curso nessa área terminou sexta-feira na Escola Profissional de Ourém

Num ambiente de festa, os formandos apresentaram os seus projectos de final de curso, a maqueta e a ementa do restaurante ideal. A formação deu-lhes equivalência ao nono ano. O desafio agora é encontrar lugar no mercado de trabalho.

Vinte alunos concluíram sexta-feira o primeiro curso de Educação e Formação de Adultos, vertente Serviço de Mesa, dinamizado pela Escola Profissional de Ourém (EPO). Num ambiente de festa, os formandos apresentaram os seus projectos de final de curso, a maqueta e a ementa do restaurante ideal. Com equivalência ao nono ano, o objectivo agora prende-se em encontrar lugar no mercado de trabalho.Após ano e meio de curso, Alzira Roque, a viver em Gondemaria, gostaria de continuar a apostar na sua formação, sobretudo na área de cozinha, sector que a “fascina”. Após ter sido despedida, a empresa para a qual trabalhava encaminhou os empregados para este tipo de cursos. Toda a formação foi uma “surpresa” para a antiga costureira, uma vez que nunca imaginara que uma empregada de mesa tivesse de saber tanta coisa.No geral, foi uma “experiência positiva”, que a leva a ponderar inscrever-se num curso de equivalência ao 12º ano, caso não arranje emprego ao terminar o estágio de três semanas, a realizar-se no Hotel Cinquentenário. Incentivados a criar o restaurante perfeito, Alzira Roque não se vê, contudo, a investir num negócio apenas seu. A trabalhar, será por conta de outrem, referiu.Já Cláudia Duarte, de Fátima, procurou completar a sua formação, uma vez que se encontrava em casa, cuidando dos quatro filhos. Todo o curso foi “excelente”, não tendo a noção do que iria encontrar.”Pensava que a empregada de mesa era alguém que não tinha outro trabalho, mas hoje tenho um grande respeito por elas, não é fácil”, comentou. Para Cláudia Duarte, uma boa empregada de mesa tem que ter grande cuidado com a higiene, uma “postura correcta” e “sorrir sempre”, pois os problemas têm que ficar “lá fora”. Ansiosa por começar a nova fase da formação, no Hotel Santo Amaro, destacou não ter qualquer noção do que irá enfrentar, mas com a consciência de que vai “aprender mais”. O projecto final de curso, um restaurante sobre a baía de Cascais intitulado “Tropical on Ice,” seria uma aposta que gostaria de concretizar. Natural de Carcavelos, este era para si um restaurante “único”, resultado de todo um projecto que inicialmente se revelou bastante complicado mas que acabou por ser o “orgulho” do grupo. Depois do estágio, planeia arranjar trabalho e completar o 12º ano, “talvez num curso de cozinha ou recepção”, desejando também apostar nas línguas. Presente na ocasião, o director geral da EPO, Francisco Vieira, anunciou para o dia 5 de Outubro atingir a entrega de mil certificados resultantes dos cursos do programa Novas Oportunidades, de formação e validação de competências. A O MIRANTE sublinhou ser um “número importante para a afirmação desta estrutura e do empenho das pessoas em melhorar a sua qualificação”. Tal quantidade de pessoas “não é vulgar”, acrescentou. Já Sérgio Fernandes, responsável pelo Centro de Formação Contínua, sublinhou o sucesso do curso de Serviço de Mesa, referindo a compatibilidade de um grupo de pessoas com idades muito diferentes. A oferta de cursos resulta das necessidades da região e do saber fazer já existente, explicou. Neste momento, existe uma candidatura à Agência Nacional para a Qualificação e Ministério da Educação para que se possam realizar novas formações.O responsável salientou a vontade de lançar mais programas de formação, contudo estes são cursos que envolvem cerca de ano e meio de formação e que, devido ao seu público-alvo, são remunerados, pelo que se tornam muito dispendiosos. Os estudantes chegam por via do Centro de Emprego e a adesão “tem sido muito boa”.

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