Tigeladas na Feira de São Brás
Pelo décimo primeiro ano consecutivo, o jardim da vila de Ferreira do Zêzere serviu de palco à recriação de uma feira de época em honra de São Brás. No domingo, 7 de Fevereiro, havia no entanto uma novidade para os que já se habituam a vir nesta altura: a I Mostra da Tigelada. Na sua banca de madeira, vestida com traje tradicional, Maria José Leonardo não tem mãos a medir aos pedidos que vão chegando. A seu lado, Deolinda Filipe calcula que, em pouco tempo, tenham vendido cerca de duas centenas de tigeladas. “Estão sempre a sair. Nem aquecem o lugar”, asseguram as duas senhoras, “nascidas e criadas” em Ferreira do Zêzere. Os ingredientes são os comuns a qualquer receita de tigeladas: açúcar, farinha, gemas de ovos, leite, ovos inteiros e a raspa da casca de um limão. O segredo para que este seja considerado um dos doces mais apreciados desta zona talvez resida num pormenor: as tigeladas são sempre cozidas em forno de lenha. “É, sem dúvida, uma maravilha. Quanto a mim, deveria ocupar um lugar de maior destaque no roteiro gastronómico do concelho”, defendia Maria da Conceição Santos, depois de provar. Em cima da banca, encontram-se à venda outros bolos, todos relegados para segundo plano. O que também tem bastante saída é o refresco que se encontra dentro de um recipiente verde, feito por Deolinda. Chama-lhe “capilé” e revela que é feito à base de açúcar queimado. Cada copo custa 50 cêntimos. Para além de participarem todos os anos nesta iniciativa, as duas amigas colaboram assiduamente nas festas paroquiais. “A gente está em todo o lado. Ferreira precisa é de gente que a ajude”, assentam em uníssono. Na Feira de São Brás foi ainda possível assistir à exibição de vários grupos de folclore, a exposições de artesanato e velharias, provar alguma gastronomia regional e comprar produtos hortícolas de fabrico caseiro, sempre pesados em balanças de quilo por feirantes vestidos com os trajes que habitualmente se usavam nos anos 30. Elsa Ribeiro Gonçalves
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