A empresa municipal Desmor – Complexo Desportivo de Rio Maior, funcionou durante o ano de 2009 sem assumir despesas correntes referentes aos consumos de água (22 mil euros) e electricidade (170 mil euros), tendo cabido à câmara a assumpção desses encargos. A situação foi revelada pela presidente da câmara, Isaura Morais (PSD), na última reunião do executivo, como forma de chamar a atenção para a necessidade de se implementar um modelo de gestão da Desmor “mais claro, mais transparente e tornar clara a relação entre a autarquia e a empresa municipal”.A falta de rigor na relação entre a câmara e a Desmor estende-se à relação contratual entre a autarquia e o treinador russo de natação, Vladimir Smirnov, que está há 12 anos na cidade e que treina o atleta olímpico Pedro Oliveira. Explicou Isaura Morais que os anteriores executivos não quiseram assumir o encargo com o técnico através da Desmor e o fizeram em acordo com a Federação Portuguesa de Natação (FPN), a troco de 9.075 euros enviados trimestralmente para aquela entidade associativa através do município.“Chegámos a acordo com o senhor Vladimir, que acabou contrato em Fevereiro, para ficar até ao final da época. Os seus honorários eram pagos ao abrigo de um protocolo entre câmara e FPN à razão de 3.025 euros por mês. Mas em vez de 3.025 euros enviados da câmara para a federação, o treinador passa a custar dois mil euros à Desmor”, revelou Isaura Morais.A presidente da Câmara de Rio Maior considera que não vale a pena iludir situações “pouco claras e transparentes” apenas para evitar mais custos para a Desmor, quando é a autarquia que tem de assumir esses encargos. Ainda assim, acrescentou que com o orçamento da empresa municipal a incluir todas as despesas que estavam de fora, será difícil, numa primeira fase, garantir o equilíbrio das contas.A par da contabilização de vários custos que não estavam nas contas da Desmor, a autarca apontou ainda alguns exemplos de intervenções que terão de ser feitas no complexo desportivo de modo a que Rio Maior mantenha o estatuto de capital do desporto. É o caso da requalificação da piscina de 25 metros, que tem 17 anos de existência, quando o prazo útil de vida do equipamento se situa nos 12 a 15 anos, indicou. Está também perspectivada a mudança de algum mobiliário dos quartos do centro de estágios e dos respectivos sanitários.