O Grupo Desportivo e Recreativo de Monsanto voltou a perder, desta vez 2-0, em casa frente ao Marinhense, em jogo a contar para a 20ª jornada do Campeonato Nacional da Segunda Divisão, disputado domingo, em Alcanena. É o décimo segundo jogo sem vitórias, e o fundo da tabela classificativa está cada vez mais perto. Num jogo de pouca qualidade, os jogadores do Monsanto até começaram melhor, e durante a maior parte do tempo de jogo estiveram junto à área do Marinhense, mas mostraram uma grande incapacidade de concretização.A equipa da Marinha Grande cheia de jogadores experientes, foi a Alcanena disposta a pontuar, controlou o ritmo de jogo a seu belo prazer e aproveitou muito bem duas das três oportunidades de golo que construiu durante os noventa minutos.Na primeira parte não houve golos nem se registaram grandes oportunidades. A segunda parte começou com uma boa oportunidade para o Marinhense, Falé atirou à barra, aos 48 minutos.O Monsanto reagiu e veio para perto da área adversária, criou também duas boas ocasiões, mas na hora de rematar à baliza, Jamerson e Ragner encolhem-se e a ameaça é desfeita com facilidade pela defensiva.Aos 65 minutos, num rápido contra-ataque os marinhenses conseguiram chegar ao golo, por intermédio de Falé, concretizando, livre de marcação no coração da área. Viu-se logo que o jogo estava sentenciado. Não se via na equipa do Monsanto capacidade para dar a volta aos acontecimentos.O treinador Vítor Alves ainda tentou mudar as coisas com a troca de jogadores, a equipa veio mais para diante, e Jamerson obrigou o guarda-redes do Marinhense a uma excelente intervenção. Na sequência dessa jogada, a bola é metida em profundidade no ataque do Marinhense, a defesa do Monsanto é batida em velocidade e Pipas aproveitou para bater o guarda-redes do Monsanto pela segunda vez, o jogo acabou aí mesmo.Após a realização desta jornada, o Clube Desportivo e Recreativo de Monsanto ocupa o décimo terceiro lugar com 21 pontos.Treinador não esperava tantas dificuldadesNo final do jogo, o treinador do Monsanto, Vítor Alves era bem a imagem da desilusão. Assumiu a sua responsabilidade no mau momento da equipa. “Não ganhamos, não conseguimos marcar golos, e depois cometemos erros e sofremos. Nos últimos sete jogos não conseguimos marcar nenhum golo e isso afecta a equipa”.“Andamos uma época inteira a correr atrás do prejuízo, quando o adversário faz um golo, temos que ir à procura de marcar e destapamos cá atrás. Quando marcámos primeiro vencemos sempre”, disse Vítor Alves, que não se esconde atrás do facto de ter vários jogadores lesionados ou castigados.A equipa tem que andar com a casa às costas, é mais uma grande dificuldade. “Não andamos só com a casa às costas, porque nem sequer temos casa para sair do nosso recinto. Não temos a possibilidade e a disponibilidade para treinar onde jogamos, e quando isso acontece também não há a disponibilidade total e a vontade das pessoas, para que o Monsanto pudesse pelo menos uma vez ou outra treinar onde joga sem limitações”, diz Vítor Alves em jeito de crítica.O treinador já sabia que este ano ia ter grandes dificuldades, mas garante que não esperava que fossem tantas e tão fortes. “Sabia que íamos ter dificuldades, mas não estava na minha mente encontrar tantos escolhos em relação àquilo que o Monsanto merecia”.Contudo, Vítor Alves garante que não sente o lugar de treinador do Monsanto em perigo. “Não sinto o lugar em perigo, porque desde a primeira hora em que entrei no clube, disse sempre que a partir do momento em que as pessoas não estejam satisfeitas com o meu trabalho só têm que chegar junto de mim e dizer-me isso mesmo, porque de certeza que eu no dia seguinte partirei para outra. Há mais coisas na vida para além do futebol”, disse, acrescentando que o projecto do Monsanto continua a entusiasmá-lo como no primeiro dia em que o abraçou.