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Farturas, churros e pipocas à disposição do freguês

Farturas, churros e pipocas à disposição do freguês

Lina Grifo da Costa é vendedora ambulante no Cartaxo e noutras localidades da região

Foi criada nas feiras. A mãe tinha uma barraquinha de jogos. Quando casou meteu-se nas andanças das farturas. Há cinco anos que trabalha sozinha, com o apoio da filha e do genro.Ricardo Carreira

São 17h30 de domingo e alguns clientes começam a chegar junto da roullote estacionada ao início da rua Batalhoz, junto ao Campo da Feira do Cartaxo. O dia está cinzento e ligeiramente frio. Vem mesmo a calhar uma fartura ou um churro na caravana de Lina Grifo da Costa, vendedora ambulante nascida em Pernes mas que reside desde os três meses no Cartaxo.Para Lina a venda ambulante já leva 30 dos seus 48 anos de vida. Durante a semana, de segunda a domingo, está estacionada junto ao Campo da Feira, entre as 14h00 e as 20h00, faça chuva ou faça sol. De Verão corre as principais festas da região. Da Feira de S. José, em Santarém, às Festas de Almeirim, passando pela Festa do Vinho, Festas da Cidade e Feira dos Santos, todas no Cartaxo, ou às festividades do Desterro e de Santo António, em Pontével e Pernes, respectivamente.Dentro da roullote a vendedora tem tudo o que necessita para fazer os fritos: as farturas bem conhecidas dos portugueses e os churros simples ou recheados com chocolate, morango, baunilha, doce de ovos, entre outras doçuras. Há ainda pipocas, algodão doce e gelados de máquina sem esquecer diversas bebidas em lata.A comerciante tem sempre uma roda de farturas pronta a sair mas se tiver de improvisar uma, não demora mais que minuto e meio a fazê-la. Num compartimento tem água que está sempre quente. Num alguidar de inox junta farinha com e sem fermento, água e sal. Passado um pouco a massa formada entra na seringa gigante que se espalha em círculos na fritadeira em ponto grande com cerca de seis litros de óleo bem aquecido. Num minuto a massa branca é tocada e voltada, ganhando a cor alaranjada das farturas. “O segredo de uma boa fartura é colocar boa farinha e um bom óleo. O resto é amor e carinho”, garante Lina.Uma roda inteira dá para 12 a 14 farturas. Depois basta esperar pelo cliente para cortar as farturas em pedaços de 20 a 30 centímetros e enrolar em açúcar e canela. No caso dos churros, a massa é feita com água escaldada e metida numa máquina e colocados moldes, para sair de forma simples ou com buraco no meio para levar recheio.Lina Grifo da Costa foi criada nas feiras. A mãe tinha uma barraquinha de jogos. Quando casou meteu-se nas andanças das farturas. Há cinco anos que trabalha sozinha, com o apoio da filha e do genro. Enquanto conversa chega mais uma cliente, que desta feita leva meia dúzia de farturas para quatro pessoas. “Meia dúzia, cinco euros” diz Lina, uma promoção para quem leva mais, tendo em conta que cada uma custa um euro. Os churros recheados são a 1,5 euros, enquanto os simples saem a 50 cêntimos. Nas feiras, os churros recheados sobem para dois euros.È entre as 17 e 18 horas do fim-de-semana que a clientela mais acorre, mas também durante a semana quando as pessoas saem dos empregos. O local de venda agrada à comerciante, que já esteve mesmo na rotunda da circular urbana, a 50 metros do local actual. “Gostava mais desse espaço e as pessoas paravam mais mas acharam que estava ali mal”, lamenta. Também já trabalhou junto aos Correios do Cartaxo.Na roullote, iluminada de alto a baixo, Lina Grifo da Costa tem uma televisão para se ir entretendo nas horas mortas e um DVD para ir metendo filmes a gosto ou touradas. De resto, a caravana é acolhedora e não deixa entrar chuva, mesmo forte. É tapada em três lados e a zona de balcão e vitrina tem cobertura. A poucos metros, está uma roullote mais pequena que costuma levar para eventos de menor dimensão. Ambas são rebocadas por uma carrinha Ford Transit.Lina Grifo da Costa confessa que são os cinco meses de Verão nas feiras da região que lhe valem pelo ano inteiro. “Aí é que consigo fazer receita que compense. E eu gosto mais das feiras, do movimento e de ir para fora, como acontece em Ferrel (Baleal) e Almoçageme, que é onde vou mais longe”, refere. Apesar de ser nas grandes feiras onde há mais concorrência e de quem pagar mais ficar com as melhores localizações.A vendedora diz que está para continuar no mundo das farturas, dos churros e das pipocas. Até porque nunca apanhou grandes sustos nessa vida e por gostar da actividade em que começou bem nova.
Farturas, churros e pipocas à disposição do freguês

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