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“Só o ouvi gritar ai minha mãezinha, ai minha mãezinha”

“Só o ouvi gritar ai minha mãezinha, ai minha mãezinha”

Crisalda Moreira estava de serviço com o colega esmagado pelo camião do lixo

Um cantoneiro da Câmara de Benavente foi atropelado por um camião quando este fazia marcha-atrás, acabando por falecer no local. Colega e motorista ficaram em estado de choque e tiveram que receber apoio psicológico no hospital de Vila Franca.

“Só ouvi gritar, ai minha mãezinha, ai minha mãezinha. Estava de costas a abrir a tampa de um contentor e quando olho para trás já o vejo caído no chão ao lado do camião do lixo. Ainda dei murros no carro para avisar o condutor mas já era tarde. A roda passou-lhe por cima da perna e parte da barriga. Morreu logo ali”, relata Crisalda Moreira.A funcionária da Câmara Municipal de Benavente, que trabalha nos serviços de limpeza da autarquia há dez anos, ficou em estado de choque assim que viu o corpo do seu colega da brigada de recolha do lixo, António Martins Costa, 49 anos, prostrado no chão.O acidente mortal aconteceu às 07h30 da manhã de quinta-feira, 18 de Fevereiro, na Estrada Nacional 10, junto à rotunda que dá acesso à localidade dos Arados, na zona do Porto Alto, concelho de Benavente, quando o veículo pesado fazia marcha -atrás. O cantoneiro foi esmagado pela roda traseira do camião e viria a morrer no local do acidente, para onde seguiu o INEM, os Bombeiros Voluntários de Samora Correia e a GNR, que ficou responsável por acompanhar o caso.“Não vi como é que ele caiu ou como é que escorregou. Ou se foi apanhado pela roupa. Possivelmente aconteceu uma dessas situações. Sei que descemos para pôr o contentor ao camião e nunca pensámos que fosse ele que estivesse debaixo do carro”, conta Crisalda Moreira ainda abalada pelo sucedido.A cantoneira, assim como o condutor, foram transportados para o Hospital de Reynaldo dos Santos em Vila Franca de Xira a fim de receberem apoio psicológico. O motorista ainda se encontra a recuperar do trauma. Crisalda Moreira, 48 anos, já regressou ao trabalho mas pediu para não fazer parte das brigadas de recolha do lixo, que operam na zona do acidente, para evitar recordar o que se passou.António Martins Costa trabalhava nos serviços de limpeza da Câmara Municipal de Benavente há oito anos. Herdou do pai a alcunha de ‘Tónica’, era solteiro, não tinha filhos e vivia com os pais em Benavente. Crisalda Moreira revela que não falava muito com o seu colega durante as horas de trabalho mas diz que era uma boa pessoa. A funcionária confessa estar ainda a recuperar do choque e tenta voltar à normalidade do dia-a-dia.
“Só o ouvi gritar ai minha mãezinha, ai minha mãezinha”

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