Endiabrado Manuel Serra d’Aire
As ironias do destino e os caprichos meteorológicos fazem com que neste momento tenhamos o Ribatejo alagado por causa da água que os espanhóis largam. Os nuestros hermanos são mesmo enxertados em corno de cabra, como dizia o meu avô. Ou tentam matar-nos à sede ou lembram-se de nos afogar. Ai são contra os transvazes? Ai andam com manifestações a reclamarem um caudal ecológico no Tejo? Então tomem lá uma enxurrada para aprenderem, devem ter pensado aqueles safardanas. E com isto tudo lá estão os moradores do Reguengo do Alviela isolados. Quero dizer: não é bem isolados, porque é nestas alturas que os habitantes da simpática localidade são mais importunados pelo mundo exterior. Sobretudo pelos jornalistas de Lisboa que, à falta de cheias no caneiro de Alcântara, vêm passear ao pitoresco Ribatejo e aproveitam para fazer aquelas reportagens que, espremidas, não são nada de tão repetidas estarem. Das cheias só aproveito as entrevistas à nossa governadora civil, que fica muito bem com aqueles casacos impermeáveis avermelhados da protecção civil. É a única nota garrida no cinzentismo jornalístico.Outra mulher que se destacou nos últimos tempos é a presidente da Câmara de Vila Franca de Xira. À falta de cheias que lhe dêem projecção mediática, Maria da Luz Rosinha defendeu a criação de uma associação que abranja os homens vítimas de violência doméstica. Isto vindo de uma mulher denota uma abertura de espírito e uma imparcialidade infelizmente pouco comuns. Um brinde a esta mulher com eles no sítio, salvo seja.Porque não estou a ver as nossas patroas entusiasmarem-se com esse projecto, elas que nos adoram massacrar e que, como tu muito bem dizes, só nos dão descanso no dia 8 de Março, Dia Mundial da Mulher, quando vão para a jantarada do costume com outras apaniguadas do feminismo e dos direitos das mulheres. Abençoado dia! Ou melhor, abençoada noite em que respiramos um pouco de liberdade, com o comando da TV por nossa conta, sem telenovelas e telefonemas para a sogra a fazer queixinhas…Quem também não cessa de me surpreender é o vereador da Câmara de Tomar Luís Ferreira, um rapaz cuja carreira política acompanho desde os tempos da JS. Hoje mais gordo e já com alguns cabelos brancos, continua a não perder uma oportunidade para deixar a sua marca. Quem esteve no aniversário dos Bombeiros Municipais de Tomar deve ter pensado que estava nas cerimónias oficiais do 10 de Junho, tal era a rigidez do protocolo. Cada personalidade tinha o seu lugar e não houve abébias para ninguém. Acho que o vereador deve ser daqueles picuinhas que lá em casa quer tudo arrumadinho no seu sítio e obriga as visitas a deixar os sapatos à porta. Mas o melhor ainda estava para vir. No feriado municipal de Tomar, na passada segunda-feira, lembrou-se de arranjar uma gigantesca alvorada de foguetes e morteiros às sete da manhã. O homem passou-se e acredito que vai perder muitos votos se voltar a ser candidato. Eu, se vivesse em Tomar, não lhe perdoava o cagaço por despertar na madrugada de um feriado a pensar que estava numa cidade a ser bombardeada. Um abraço estrondoso do Serafim das Neves
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