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Uma terapia desconhecida que é o alívio de muitas dores

Uma terapia desconhecida que é o alívio de muitas dores

Joaquim Pereira descobriu a Reflexologia há seis anos, terapia chinesa à qual se dedica actualmente

O reflexologista “é alguém que através da pressão de determinados pontos nos pés ou mãos estimula o processo de autocura do organismo do paciente”.

“Os pés não enganam! É como o algodão…”, refere Joaquim Pereira quando alerta uma das suas alunas sobre determinadas características da palma dos seus pés. O reflexologista comenta que através desta terapia chinesa, de raízes indianas, descobre-se muito sobre a vida emocional das pessoas e inclusive algumas patologias. Como doenças de estômago, vesícula, intestinos e mesmo um caso em que chegou a enviar uma senhora para uma mamografia. Este método terapêutico alternativo que se baseia na pressão de determinados pontos nos pés e mãos permanece ainda bastante desconhecido junto do público, refere. Muitos “associam-no ao misticismo, bruxaria”.Joaquim Pereira tem 45 anos e vive no Murtal, Ourém. Era mediador imobiliário, com alguns problemas de estômago, coluna e stress, quando se tornou utilizador da Reflexologia. As sessões deixaram-no com o “bichinho” e resolveu procurar formação na área. Primeiro tornou-se magnetizador, uma técnica que consiste na “transmissão de energia do Universo à semelhança do Reiky”, e através dela realizou alguns trabalhos, nomeadamente no alívio de tensão nervosa e dores. Com o crescente número de clientes, desejou fazer “algo mais personalizado”, que envolvesse o uso das mãos, o que o levou novamente à Reflexologia.O reflexologista, explica, “é alguém que através da pressão de pontos determinados nos pés ou mãos estimula o processo de autocura do organismo do paciente”. A técnica possui alguns aspectos da acupunctura, mas utiliza sobretudo as mãos.O cliente chega, deita-se numa cadeira reclinável, tira os sapatos e as meias e deixa-se à vontade. Durante cerca de meia hora o reflexologista vai pressionando e massajando determinados pontos dos pés, o que, afirma, o leva a descobrir muito da vida das pessoas. Se estão tensas, ansiosas, se têm problemas emocionais ou físicos. Os dedos do pé estão relacionados com o funcionamento da cabeça, a almofada do pé à área torácica, o meio do pé aos intestinos ou fígado, o calcanhar à zona pélvica, o interior do pé à coluna e a parte exterior aos braços e pernas. Muitos adormecem durante a sessão.Joaquim Pereira tem procurado constantemente aumentar a sua formação, possuindo já conhecimentos para o tratamento da gravidez e do parto. Possui gabinetes de terapia em Fátima, Almeirim, Pombal, Ferreira do Zêzere e uma vez por mês vai a Lisboa, trabalhando em conjunto com a esposa, psicóloga. Fez ainda formação para formadores e já ensinou cerca de 16 novos terapeutas, tendo mais 10 em curso. Por outro lado, perdeu o número à quantidade de clientes que tratou, provenientes de todo o país. “As pessoas vêm procurar alívio em termos de dores musculares e stress” e sentem-no quase de imediato. “Em muitos casos ao fim de três sessões ficam bem e deixam inclusive o tratamento químico”, destaca. Noutras situações, lembra, alguns clientes julgam encontrar ali a salvação e agem posteriormente de forma menos cuidadosa. “Sinto-me levezinho”, comenta Luís Pinheiro, 13 anos, a viver na Batalha, enquanto Joaquim Pereira lhe faz uma sessão. Sofrendo de epilepsia, com graves consequências no âmbito escolar, foi o desespero da mãe, Maria Marques, durante vários anos. Muito alterado, descontrolando-se rapidamente, frequentou tratamentos no Hospital de Leiria e em psicólogos e terapeutas, sem grandes resultados. Na primeira sessão de reflexologia, lembra Joaquim Pereira, foi complicadíssimo fazê-lo sentar-se. A terapia foi progredindo e um dia, para alegria de todos, Luís chegou a adormecer. Maria Marques refere aliviada o quanto o filho anda mais calmo e como já se esforça mais na escola. “Se isto continuar, para mim é uma vitória”, afirma.Este é um dos casos mais interessantes de Joaquim Pereira, que tem clientes desde os três meses aos 92 anos. Cobra 15 euros por sessão e diz que chega, que a recompensa é pessoal, “de ver as pessoas ficarem melhores”.
Uma terapia desconhecida que é o alívio de muitas dores

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