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Pregão de uma pescadora de Azambuja

“Ai vida danada, mar ruim, peixe de fome”. Vera Vides, 32 anos, ensaia-se no pregão de pescadora de Azambuja, figura típica de uma vila de outros tempos que buscava no Tejo o sustento. O rio já não era, à época, um jardim de peixe. “As palavras revelam sofrimento”, interpreta a figurante. É um dos novos elementos do Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos de Azambuja, mas a casa já não é nova para si. Este é apenas um regresso. Foi menina da monda no grupo infantil, lavradora no rancho adulto até que o casamento e o nascimento dos dois filhos, Solange, hoje com 12 anos, e Marcelo, com nove, a afastaram. Enverga o traje, oferecido pela família Moreira, com convicção. É descendente de pescadoras, mas foi com orgulho que teve a ajuda da ‘Tia Arlinda’, como gosta de lhe chamar, para vestir o traje a preceito. Há segredos na forma como se remata o lenço sob o pequeno chapéu negro. Tem canudos (meias sem pés) a cobrir-lhe as canelas, socas pretas e mão na anca. Saber estender e remendar a rede faz parte do ofício que representa. Equilibrar a canastra é uma arte. Ana Santiago

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