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Trabalhadores da MDF reclamam verbas devidas há 25 anos

Duas dezenas de trabalhadores da antiga MDF, do Tramagal, concentraram-se segunda-feira à porta do Tribunal de Abrantes exigindo obter informações acerca das indemnizações pelas quais afirmam esperar desde 1985.O ex-dirigente sindical e trabalhador credor, Álvaro Branco, 71 anos, disse que os mais de 200 trabalhadores da ex-Metalúrgica Duarte Ferreira (MDF) e da Metanova “esperam há 25 anos” pelo pagamento de um milhão de euros de salários em falta, bem como das indemnizações que lhes são devidas, em créditos relativos a “despedimento colectivo ilícito” ocorrido por ocasião da falência daquelas duas empresas.Segundo afirmou, os trabalhadores e as famílias dos operários entretanto falecidos, têm sido “vítimas de um sistemático bloqueio judicial, onde a interposição de recursos por parte da Segurança Social e a extrema lentidão do aparelho de Justiça impediram o recebimento dos seus créditos”.“De recurso em recurso, do Tribunal de Abrantes até às mais variadas instâncias, passando pelo Supremo Tribunal de Justiça, todos nos deram razão e reconheceram os nossos direitos”.“Mas o que é certo é que decorridas mais de duas décadas, os trabalhadores credores não receberam um cêntimo do activo financeiro de que são co-proprietários”, garantiu Álvaro Branco, enquanto entregava o requerimento a um funcionário do Tribunal Judicial de Abrantes.“Foi aqui que tudo começou há 25 anos e o caso acabou por chegar ao Conselho Superior de Magistratura que deliberou o pagamento aos trabalhadores, em Setembro de 2009, mas as verbas não são desbloqueadas e queremos saber o porquê”.“Seis meses já passados sobre a data do despacho, ainda não foram accionadas as medidas para disponibilizar o respectivo activo financeiro e este sistemático bloqueio judicial é um autêntico caso de polícia”, afirmou, tendo acrescentado que muitos dos credores são hoje idosos, muitos quais com baixas pensões de reforma, enquanto outros “já morreram”.Valdemar Henriques, coordenador distrital da CGTP-IN, reclamou ao Estado que “avance com o dinheiro enquanto não consegue que os patrões o façam”, tendo afirmado ser um “escândalo” que 25 anos depois os ex-trabalhadores da MDF e da Metanova não tenham recebido os créditos que lhes são devidos.

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