“ Procurar A Luz Para Ver a Sombra” é o nome da exposição bibliográfica sobre António Borges Coelho, patente no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, até ao dia 26 de Setembro.A exposição dedicada ao historiador, professor, poeta e escritor, tem curadoria de João Madeira, historiador e investigador de história contemporânea.No texto inserido no catálogo da exposição, João Madeira sublinha a importância do caminho percorrido por António Borges Coelho como cidadão e como historiador, ressalvando que “chamado a intervir seja num jantar comemorativo do 25 de Abril, em 2005, seja sobre o Campo de Concentração do Tarrafal ou dos Tribunais Plenários, em 2006, a sua perspectiva continua a entrelaçar a História e intervenção cívica.” João Madeira reforça esta sua afirmação, com as próprias palavras de António Borges Coelho, num artigo que escreveu recentemente, aos 81 anos: “E se, de repente, cem mil mulheres e homens descerem a Avenida para dizer não, é porque a alegria e a esperança continuam vivas, não sabemos aonde, e continua a haver gente disposta a dar até a própria vida, pelos outros homens.”António Borges Coelho nasceu em 1928, em Trás-os-Montes, e viu várias das suas obras serem censuradas e até proibidas pelo Estado Novo. Escreveu alguns livros na prisão, a que esteve sujeito devido à sua intensa actividade política. O investigador e professor, que possui uma carreira académica assinalável, observador atento e interveniente, é considerado um dos historiadores portugueses de maior prestígio. O primeiro volume da sua História de Portugal acaba de ser lançado com o título “Donde Viemos” e foi escrito “com rigor e o prazer da palavra”, como afirma o próprio autor.A sua vasta e rica bibliografia – que abarca também a poesia, o teatro e a ficção – aliada ao seu percurso de vida, granjearam-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Santiago. A última lição de António Borges Coelho foi dada a 11 de Dezembro de 1998, mas mantém-se vivo o entusiasmo pela investigação e divulgação históricas.