A aprovação da alteração de estatutos da Desmor – empresa municipal de gestão desportiva de Rio Maior, proposta pelo executivo de maioria PSD/CDS-PP, originou várias críticas de elementos do PS na vereação. O vice-presidente da autarquia, Carlos Frazão, apresentou uma proposta de extinção do conselho geral da Desmor, justificando que esse órgão nunca chegou a tomar posse ou sequer reuniu. Da proposta consta ainda o aumento de cinco mil para 75 mil euros do limite de contratação pública da Desmor para a aquisição de bens e serviços. O vereador do PS, Carlos Nazaré, criticou as propostas da maioria, afirmando que pensava que tinha passado o tempo dos ajustes de contas e das perseguições, mas não foi além desse comentário. “Pensava que a alteração de estatutos iria contemplar a alteração e ampliação do objecto social da Desmor, o avançar para parcerias publico-privadas, para a possibilidade de se lidar com novas situações como a gestão do estacionamento, do trânsito e até das águas, ajudando a criar empregos. Lamentavelmente, apenas vi que a Câmara de Rio Maior está a ser levada a reboque pela Desmor. O tutelado diz ao tutor o que deve fazer”, afirmou o vereador. Criticou ainda o facto de o assunto não ir ser levado à assembleia municipal, pondo dúvidas se esse procedimento será legal. Carlos Frazão apelidou de “desabafo” as palavras do vereador socialista sobre o tema das perseguições e ajustes de contas, e recordou que todas as alterações que têm sido introduzidas pelo novo executivo na gestão da câmara têm sido feitas “sem tiros, bombas ou tsunamis”. Recorde-se que à altura eram representantes indicados para o conselho geral da Desmor, entre outros, Albino Maria, chefe de departamento da câmara, entretanto falecido, e João Lopes e Carlos Nazaré, vereadores à época.Durante a discussão do ponto, na qual não participou a presidente da autarquia, Isaura Morais, que também é presidente do conselho de administração da Desmor, Carlos Frazão justificou o aumento do valor limite para aquisição de bens e serviços, por considerar que o anterior, de cinco mil euros, era diminuto face às necessidades da Desmor e à agilização de processos. Lembrou ainda que, nessa matéria, o limite para empresas municipais é de 193 mil euros.Na votação da alteração de estatutos da Desmor, houve empate a três votos, com três votos contra do PS e três a favor de PSD-CDS-PP, tendo o voto de qualidade de Carlos Frazão feito aprovar a proposta.