Congresso de Ourém vai realizar-se de dois em dois anos
Presidente da câmara diz que a primeira edição foi o ponto zero de uma reflexão sobre o futuro
O presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca (PS), definiu o primeiro Congresso de Ourém, que se realizou no passado fim-de-semana, como “o ponto zero de uma reflexão regular para o futuro”, propondo a sua realização de dois em dois anos. Entre sexta-feira e domingo, os trabalhos reuniram um conjunto de personalidades que abordaram as vertentes do património, social, económico, administrativo e territorial, no mundo e no futuro do concelho. O evento contou com a inscrição de cerca de 350 pessoas, reunindo cerca de uma centena de participantes em cada painel. Pediu-se mais debate, mais participação da sociedade civil, mas louvou-se a iniciativa de pela primeira vez se dar espaço à discussão sobre o concelho.No painel de Ourém Administrativo e Territorial, Mário Albuquerque, ex-presidente da Câmara de Ourém, recordou a sentença de morte que já foi feita por diversas vezes aos distritos, estruturas cuja teia burocrática muitas vezes dificulta o trabalho municipal. “Ainda não houve coragem política de ninguém para tomar medidas de fundo e terminar com esta tremenda caldeirada em que estamos metidos”, notou, aludindo ao facto de o concelho estar numa zona de transição entre o Ribatejo e o distrito de Leiria.No painel Ourém Económico, o gestor hoteleiro Alexandre Pereira discursou sobre o estado do turismo em Fátima. O combate à sazonalidade e a necessidade de promoção dos hoteleiros foram os pontos focados. “O maior hotel em Fátima vende 2 milhões de euros”, notou. Este critério de uma oferta sobretudo barata e pouco qualificada tem que ser alterada, defendeu.Apostando na difusão de informação enquanto futuro para Fátima, salientou que a cidade pode tornar-se “uma pausa”, “um destino único e não replicável”. A criação de grupos hoteleiros e uma abordagem mais abrangente, a todo o mercado cristão católico, foram outras soluções mencionadas.Jantar da Diáspora com pouca procuraO ponto alto do I Congresso de Ourém, o Jantar da Diáspora, reuniu sobretudo oureenses, numa sala que junto cerca de 80 pessoas. Paulo Fonseca notou o facto, mas referiu ter sido este “um preâmbulo de uma organização que gostávamos que se tornasse numa tradição”. Comentou que a iniciativa talvez possa vir a ser inserida nas festas da cidade, estimulando-se a vida dos oureenses que se encontram lá fora.A ocasião foi marcada pelas intervenções do presidente da Casa de Ourém em Lisboa, Carlos Justo, e do deputado municipal Sérgio Ribeiro (CDU) sobre a instituição agora em desactivação. Uma das figuras do Jantar da Diáspora foi o artista plástico moçambicano Roberto Chichorro, acabado de chegar ao concelho a fim de se fixar numa casa que recuperou no Vale da Perra, freguesia de Atouguia. O facto de possuir muitos amigos na zona, a paisagem e o desejo de sair da cidade motivaram esta recente mudança para o campo. Pintor, inspirando-se em “tudo o que é da vida”, vai continuar a desenvolver a sua arte na região. Soube do congresso por amigos, referindo a importância de se discutir e “se preparar o futuro”.As 18 freguesias do concelho, empresas municipais e variadas instituições do município compuseram uma “Mostra do Concelho” que durante o fim-de-semana deu a conhecer aos visitantes um pouco do que se faz na região.
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