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Natércia Pernes 48 anos, funcionária pública, Porto Alto (Benavente)

Natércia Pernes 48 anos, funcionária pública, Porto Alto (Benavente)

“Passámos do 8 ao 80 nas escolas. Antigamente levava-se pancada por qualquer motivo e hoje é a liberdade absoluta que se tem visto e que também não resulta muito bem. Felizmente não tenho razão de queixa dos meus filhos mas existem muitos alunos que são bastante mal-educados para os professores. É tudo uma questão de educação. Provavelmente se são mal-educados para os professores também serão lá em casa com os pais. A educação começa dentro de casa”.

A Páscoa deste ano trouxe muitas amêndoas ou a crise não deixa?Acho que estamos a tornar a Páscoa numa época muito consumista, como se fosse um natal a meio do ano. Mas é verdade que a crise também não deixa fazer maiores malabarismos. Ao longo dos anos tenho perdido imenso poder de compra. Tive de deixar de comprar as coisas que não são essenciais, como móveis para a casa ou roupas. Vivemos numa altura em que temos de cortar nas coisas que menos fazem falta no nosso dia-a-dia. Podia pensar em emigrar, mas está fora de questão por causa dos meus filhos.Antigamente os professores batiam nos alunos. Agora a situação inverteu-se. O que pensa desta situação?Passámos do 8 ao 80 nas escolas. Antigamente levava-se pancada por qualquer motivo e hoje é a liberdade absoluta que se tem visto que também não resulta muito bem. Felizmente não tenho razão de queixa dos meus filhos mas existem muitos alunos que são bastante mal-educados para os professores. É tudo uma questão de educação. Provavelmente se são mal-educados para os professores também serão lá em casa com os pais. A educação começa dentro de casa.É bom viver no Porto Alto?Já foi bom. Agora não. A ETAR é um grande problema. Nos últimos dias a situação agravou-se. O cheiro sente-se dentro de casa. Até os cortinados ficam a cheirar mal. A saúde deixa-a doente?Não tenho motivo de queixa do serviço público de saúde. O meu marido teve um enfarte há dois anos e foi tudo cinco estrelas. Se pudesse dava seis estrelas à qualidade do serviço. Ainda vivia no Carregado na altura. Chamámos a Cruz Vermelha e foram impecáveis. Depois quando o meu marido chegou ao hospital de Vila Franca de Xira já tinha uma equipa de médicos cardiologistas à espera. A minha médica de família também é espectacular. Tenho que dizer aquilo que é verdade.Já sente saudades do Colete Encarnado?Já sinto algumas. Gosto muito de touradas e da festa brava. Quer em Vila Franca de Xira como em Samora Correia. Nunca fui para a frente de um toiro mas em Vila Franca já apanhei um susto. O toiro partiu a tranqueira em frente ao centro de saúde e ficou perto das pessoas. Eu estava lá. Começou toda a gente a fugir e eu cai e magoei-me. Nessa altura pensei que o toiro me fosse atingir mas depois controlaram-no. Foi num domingo durante a Feira de Outubro, já lá vão uns três anos. Mas não fiquei com medo. Na segunda-feira seguinte estava lá outra vez. Gosto muito disto.
Natércia Pernes 48 anos, funcionária pública, Porto Alto (Benavente)

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