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Espantar a solidão no salão de baile

Espantar a solidão no salão de baile

Quatro viúvas juntam-se todos os domingos de Páscoa, vestidas a rigor, para um almoço convívio seguido de um pezinho de dança. O “palco” é o salão da Casa do Povo de Samora Correia, concelho de Benavente. Uma tradição que se mantém há dezasseis anos e que recorda os bailes de antigamente. A princípio a timidez toma conta dos cavalheiros, que parecem relutantes em convidar as damas para rodar pelo salão. Mas a tradição já não é o que era. “Se eles não me vierem buscar vou lá eu buscá-los para dançar! O importante é não estar parada! Nem que tenha de dançar sozinha”, assegura Alice Cardozo, 73 anos, viúva há 30. “Não gosto de estar em casa fechada. Gosto é do troloró”, diz com vivacidade. Efigénia Madruga, também 73 anos, perdeu o marido há dois anos e meio. A filha vive na Alemanha com as netas e por isso esta é a forma que tem de passar a Páscoa com companhia. Pela pista vai rodando também em dança animada Viviane Bernardo, 70 anos, que conduz a amiga Deolinda do Rosário, 63 anos, ao longo do salão. “É muito engraçado porque faz lembrar os bailes de antigamente, com as cadeiras encostadas à parede e homens de um lado e mulheres do outro. E a música é do acordeão, que é uma música que a gente sabe dançar”, diz divertida enquanto faz uma pausa e espera pela música seguinte para voltar ao bailarico. Para Deolinda o baile tem também um cariz terapeutico. “Enquanto estamos aqui não pensamos na solidão. Estamos distraídas e dançar ajuda a manter em forma. É uma espécie de fisioterapia que fazemos ao corpo, mas mais divertida”. Patrícia Cunha Lopes
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