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Joana Costa é uma das esperanças do atletismo português

Joana Costa é uma das esperanças do atletismo português

Jovem tem 14 anos e corre pelo Povoense

A atleta é a sprinter mais rápida no escalão de iniciados a nível nacional e é campeã regional do heptatlo, dos 80 metros barreiras e do triplo salto. Joana Costa diz que o atletismo é uma paixão e sonha ir aos Jogos Olímpicos.

Joana Costa tem apenas 14 anos mas já é uma das grandes esperanças do atletismo português. De acordo com as marcas realizadas (ver caixa) a jovem, que corre pelo União Atlético Povoense (UAP), concelho de Vila Franca de Xira, é a sprinter mais rápida em iniciados a nível nacional. É ainda campeã regional do mesmo escalão do heptatlo (sete provas – distribuídas pela corrida, lançamentos e saltos), dos 80 metros barreiras e do triplo salto. Os objectivos são continuar a ser a melhor atleta de Lisboa e vencer os campeonatos nacionais de juvenis. Ser chamada à selecção, e no futuro mais distante alimenta o sonho convicto de representar Portugal nos Jogos Olímpicos, quando for uma atleta de topo. Pelo meio tem a esperança de poder dar o salto para um clube maior. De preferência o Sporting.Apesar da tenra idade Joana Costa tem um discurso forte e decidido. “Levo o atletismo muito a sério porque senão não estava aqui. Faço muitos sacrifícios. Quando comecei fazia muitos desportos e tive de abdicar de todos para me dedicar ao atletismo. Hoje em dia treino e estudo. Não consigo estar parada. Gosto de ver provas. Gosto de correr. O atletismo é tudo o que eu tenho. É uma paixão desde pequena”, garante a jovem perante o olhar da mãe que a acompanhou ao complexo desportivo do povoense no dia da entrevista.Refere que os pais e o clube a têm apoiado. Factores essenciais para que evolua. Quanto ao segredo do sucesso e das vitórias a receita é simples. “Treinar muito, fazer aquilo que realmente se gosta e acreditar em si mesmo. Eu acredito em mim”, garante a atleta.Joana Costa nasceu no Hospital de Reynaldo dos Santos em Vila Franca de Xira a 10 de Novembro de 1995. Este ano fará 15 anos. Natural da freguesia de Vialonga, estuda na EB, 2,3 local. O gosto pela modalidade despontou quando, ainda criança ia ver o pai correr nas provas de atletismo. Um dia, depois de a jovem ter vencido um corta-mato no Colégio Álvaro Vidal, em Alverca, o professor de educação física reparou nas suas capacidades e convidou-a para ingressar no clube de atletismo. Tinha 10 anos. A jovem ingressou no Povoense há cerca de três anos convidada por um amigo do pai (Rui Benavente), altura em que o clube decidiu dinamizar novamente a secção de atletismo. Joana Costa é aconselhada muitas vezes por Mário Aníbal que deixou de competir há algum tempo mas que ainda é o recordista nacional do decatlo. O ex atleta treinou no Povoense e tem acompanhado a carreira da jovem.Para já, a atleta vai continuar a praticar as diversas modalidades e quando chegar a júnior terá de decidir qual a especialidade em que vai apostar. “ Vamos ver em qual é que me vou sair melhor (sorrisos). Dizem que o meu futuro passa pela velocidade. Mas ainda não sei. Até pode ser no heptatlo. Ou então pelo tripo salto porque gosto e tenho boas marcas”, revela. Quanto ao futuro profissional as ideias estão já bem definidas. “O atletismo não é uma profissão. Não vai durar para sempre. Um dia vou ter de parar. Mas gostava de tirar um curso ligado ao desporto e ao atletismo” afirma a campeã do Povoense.“Temos de a proteger”Casquinha Costa é um dos responsáveis pela secção de atletismo do povoense e nas últimas quatro décadas esteve sempre ligado à Federação Portuguesa de Atletismo (FPA). Actualmente é o responsável pela estatística jovem na página da internet da FPA e actualiza todas as marcas nacionais até á categoria júnior. “Pelo que vejo, neste momento, deve ser a melhor sprinter portuguesa no escalão de iniciados”, revela o estatístico.Com uma vasta experiência, Casquinha Costa, elogia a “corrida bonita e fácil” de Joana Costa e considera que a jovem tem todas as condições para se tornar numa atleta de topo. Mas é cauteloso. “Ela é ainda muito novinha. Nestes casos não se pode prever como é que vai ser a evolução. Pode acontecer, por exemplo, uma alteração morfológica. Nesta idade têm que se dar passos curtos. Graduais”, alerta o responsável que acrescenta. “Tenho que a proteger de abusos. Há treinadores que abusaram de alguns atletas novos muitos bons e que morreram para o atletismo quando chegaram a juvenil ou júnior. Tem de haver um doseamento do esforço. Não se pode pressionar”, explica Casquinha Costa.Sobre que prova Joana Costa devia apostar no futuro, o responsável refere que a jovem “pode ser uma óptima sprinter, tem muito jeito para o triplo salto” mas chama a atenção para o facto de ser “uma prova perigosa do ponto de vista de lesões”.
Joana Costa é uma das esperanças do atletismo português

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