A doença mais comum dos pacientes que aparecem no consultório da psicóloga clínica, Sandra Silva, é a depressão, já apelidada de doença do século. A maioria das depressões está associada ao desemprego, à falta de dinheiro para pagar as despesas e sustentar a família e a questões mais do foro emocional. “A depressão sempre existiu mas não era diagnosticada como doença. Se uma pessoa estava deprimida dizia-se que estava triste ou que era uma pessoa muito triste. Hoje sabe-se que existem pessoas com predisposição para serem depressivas”, explica.A psicóloga que dá consultas todas as segundas-feiras nas instalações da Climeco, na rua do Colégio Militar, em Santarém, afirma que as pessoas procuram cada vez mais a sua ajuda. “Felizmente começa a desaparecer o tabu de vir ao psicólogo. Não vem ao psicólogo quem ‘não está bom da cabeça’, mas quem acha que não está tão bem quanto deveria estar. Nós ajudamos a enfrentar e ultrapassar os problemas”, salienta.Segundo Sandra Silva, também as crianças estão cada vez mais deprimidas. A psicóloga atribui este facto à sociedade cada vez mais exigente e “apressada”. “A parte profissional é cada vez mais exigente e os pais não têm tanto tempo disponível para estarem com os filhos e isso reflecte-se no comportamento das crianças”, explica.Sandra Silva é psicóloga clínica há cerca de cinco anos. Psicologia Educacional e Psicologia Social também estavam no topo das opções. Mas o facto da Psicologia Clínica ser a única que lhe permite trabalhar com a vertente psicopatológica – doenças psicológicas – fizeram-na optar por esta vertente.A psicóloga clínica também faz acompanhamento e avaliação psicológica a idosos. Aos jovens efectua testes de orientação vocacional e profissional que auxiliem nas escolhas profissionais. “São apenas indicações e orientações dos interesses diagnosticados. Os jovens têm o livre arbítrio para decidirem o que realmente querem”, diz.Os laços de amizade que se criam entre psicólogo e paciente é algo de que Sandra Silva não abdica, mesmo que isso implique, muitas vezes, levar os problemas dos “seus” pacientes para casa. “Tento separar as coisas mas é muito difícil. De tanto querer solucionar os problemas das pessoas dou por mim a pensar nos possíveis tratamentos em casa”, conclui.