O executivo da Câmara de Santarém aprovou esta segunda-feira um protocolo de geminação com a vila beirã de Belmonte, no distrito de Castelo Branco. A ocasião foi aproveitada pelo vereador do PS Ludgero Mendes para pedir uma reflexão sobre a “quantidade e natureza” das geminações que Santarém tem em vigor, “porque muitas foram feitAs sem nenhuma razão ponderosa que as justificasse”. Ludgero Mendes considerou mesmo que hoje nada justifica que a maior parte desses acordos se mantenha de pé. E fez votos para que se saiba optimizar na prática a relação com Belmonte agora aprovada e esta não se justifique apenas pelo facto de Pedro Álvares Cabral, nascido nessa vila, estar sepultado na Igreja da Graça em Santarém.O presidente da câmara, Francisco Moita Flores (PS), concordou com essa tese, dizendo que o município escalabitano é no país aquele que tem mais acordos de geminação. “A lista é uma coisa de malucos”, afirmou, acrescentando em tom irónico que se as geminações “fossem levadas a sério” teria que haver um vereador só para essa área. “Mesmo assim viajaria mais do que o ministro dos Negócios Estrangeiros”, rematou.Mais a sério, MoIta Flores recordou que já no anterior mandato foi traçada uma linha de acção que contempla a cooperação preferencial com três localidades dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), estando já em curso acções de colaboração com a Brava (Cabo Verde) e Fulacunda (Guiné-Bissau). O terceiro acordo deverá ser firmado com uma cidade angolana.Os municípios actualmente geminados com Santarém são: Agen-La-Garenne (França), Badajoz (Espanha), Brava (Cabo Verde), Covilhã (Portugal), Fulacunda (Guiné-Bissau), Haskovo (Bulgária), Lubango (Angola), Meknés (Marrocos) Santarém do Pará (Brasil), São Vicente (Brasil), Targoviste (Roménia) e Tiraspol (Moldávia).Os quatro municípios com acordos de cooperação são Coimbra (Portugal), Koekelberg (Bélgica), Lund (Suécia) e Somerset (Reino Unido). A lista de municípios com intercâmbios culturais e intenções de geminação é mais extensa, com 18 nomes. Desses, dez são de municípios brasileiros.Quando o assunto foi abordado, no anterior mandato, em Outubro de 2007, Moita Flores, referindo-se à cooperação com localidades brasileiras, acentuada durante os mandatos do socialista José Miguel Noras à frente do município (1992-2002), disse que ficava suspensa. “Quando quiser ir ao Brasil é de férias”. E declarou que o número de acordos existente se relacionava “com a vontade de conhecer mundo de muita gente” em anteriores mandatos. “O poder local não pode servir para isso”, afirmou.