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Vazio directivo em colectividades do Forte da Casa preocupa autarcas

Vazio directivo em colectividades do Forte da Casa preocupa autarcas

Três associações estão sem direcção e em risco de desaparecer

O movimento associativo da freguesia do Forte da Casa está a atravessar dificuldades. A população tem cada vez menos tempo livre para o voluntariado e a situação preocupa os autarcas do concelho. Actualmente três associações estão paradas.

O vazio directivo que atinge três associações da freguesia do Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, está a preocupar a população e os autarcas da freguesia. O Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa, a Associação de Artistas da freguesia e o grupo de teatro Gruta Forte estão sem direcção há várias semanas e não existem perspectivas sobre quando poderão aparecer candidatos para as direcções. Além disso a maioria dos dirigentes das 14 associações e colectividades existentes no Forte da Casa tem mais de 50 anos e acumula as funções há décadas. “Os mais novos não querem saber destas coisas e os velhos vão ficando cansados”, refere um morador do Forte da Casa, apreensivo quanto ao futuro. A solução poderá passar, em último caso e para evitar a extinção das associações, pela fusão de várias entidades, como recentemente aconteceu na Vala do Carregado (ver caixa).“O Forte da Casa tem uma grande tradição no associativismo e é uma pena estarmos a presenciar estas situações. Pela primeira vez acontece que três instituições ao mesmo tempo, que propõem o acto eleitoral, não encontram nenhuma lista concorrente. Vão ter de lançar novo processo eleitoral de forma a que possa aparecer alguém. Se não aparecer ninguém temos de encontrar uma forma de resolver o problema. Isto preocupa-nos muito porque aparecem cada vez menos pessoas disponíveis para trabalhar em voluntariado nestas colectividades”, lamenta António José Inácio, presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa a O MIRANTE. A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, considera a situação delicada e exigente. “Os dirigentes, a maioria das vezes não ganham nada e depois ainda são questionados pelos sócios. É uma situação delicada e que nos preocupa. No Forte da Casa já falámos da possibilidade de fundir estas entidades e a câmara está disponível para ajudar no que for necessário”, afirma a edil. Para Nuno Libório, vereador da CDU, a falta de apoios a estas associações é também um factor desmotivante para os corpos directivos. “No Forte da Casa, à semelhança do resto do concelho de Vila Franca de Xira, há uma grande tradição no movimento associativo e devíamos fazer tudo o que está ao nosso alcance para preservar essa identidade. O alargamento da base social de apoio poderá ser um sinal que leve à vitalidade destas estruturas”, defendeu.Mais à direita, Rui Rei, vereador da coligação Novo Rumo, defendeu a fusão “entre colectividades com história e que sejam dignas de sobreviver, desde que apresentem trabalho”.Para Manuel Marques, comerciante do Forte da Casa, o problema é resultado da sociedade actual. “Não existe uma cultura de altruísmo, de fazer algo pelo nosso semelhante. Antigamente as pessoas iam para as associações como forma de se ajudar. Hoje isso não acontece”, lamenta.Opinião semelhante tem Fernando Martins, residente no Forte da Casa. “As associações eram também uma forma de combater o fascismo e quase serviam de grupos rebeldes. Hoje as pessoas têm outros entretenimentos, como a televisão, os computadores e os centros comerciais. Ninguém está para trabalhar de borla”, lamenta.Vala do Carregado dá o exemploO problema sentido no Forte da Casa é semelhante ao que surgiu na Vala do Carregado, freguesia da Castanheira do Ribatejo, onde depois de muita conversação foi criada a Associação Desportiva e Cultural da Vala do Carregado, que congrega e funde diversas dinâmicas associativas ali existentes numa única. O município de Vila Franca de Xira aprovou, na última reunião pública do executivo, a transferência de um apoio de 97,50 euros para apoiar a constituição legal da nova associação. Considerando que “uma das grandes dificuldades com que o movimento associativo se confronta é o da falta de espaços para o desenvolvimento da sua actividade”, o município deliberou também a aprovação da cedência, em regime de comodato, de instalações na Rua Prudêncio Duarte Correia, na Vala do Carregado, para servir de sede de funcionamento para a nova colectividade.
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