O Grupo Desportivo O Coruchense está de volta às provas federadas de futebol distrital depois de quase dois anos sabáticos e quatro sem equipa sénior, sem actividade desportiva e mergulhado em dívidas ao fisco. O clube tem nova direcção, um cadastro fiscal limpo depois do acordo tripartido combinado com a Direcção de Finanças e a Câmara de Coruche. Está a formar uma equipa sénior para militar na Divisão Secundária da Associação de Futebol de Santarém e já escolheu treinador: Jorge Peralta. A única recordação que os coruchenses tiveram do futebol foi proporcionado pelo Amigos do Clube Desportivo O Coruchense, colectividade criada em 2008 para manter os cerca de 150 atletas de formação em actividade e formar uma equipa sénior que militou na mesma divisão que O Coruchense vai assumir agora. Ricardo Ferreira dos Santos assumiu a direcção dessa colectividade com o objectivo de, a curto prazo, voltar a dar fôlego ao Coruchense. Com o objectivo cumprido, o dirigente, que também é o novo presidente do Coruchense, eleito em 8 de Janeiro, pensa fazer boa figura nas provas em que vai participar: Divisão Secundária e Taça do Ribatejo. Ainda durante o mês de Maio os Amigos devem realizar uma assembleia-geral para autorizar a transferência dos seus bens para o clube “paterno”. “Queremos vencer a Divisão Secundária de Santarém e a Taça do Ribatejo”, diz sem complexos o presidente do clube, realçando que se é para estar tem que ser para ganhar e fazer boa figura. Onze a 12 jogadores dos Amigos foram convidados a transitar para o plantel do Coruchense, quatro ou cinco juniores podem subir à principal equipa, enquanto o treinador tem por missão levar para Coruche alguns jogadores da sua confiança. Para Ricardo Santos o novo treinador soube reconhecer as posses actuais do clube mas também o seu historial no distrito. “É um treinador que soube adaptar-se à nossa realidade, que tem currículo e que sabe estar em campo, com uma atitude pró-activa junto dos jogadores”, considera o dirigente.Jorge Peralta retribui o apoio e confessa que não esperava voltar a treinar tão cedo, ano e meio após sair do Fazendense. “Aceitei o convite porque é um projecto para ganhar, que pensa colocar o clube nos campeonatos nacionais no espaço de três anos, além de o Coruchense ser um clube com história no distrito. Queremos por isso criar uma equipa competitiva. Também pesou saber que o clube tem agora uma situação de grande estabilidade para alcançar os seus objectivos”, refere o técnico, que contará com Hugo Alves como adjunto.Com o Grupo Desportivo O Coruchense de regresso à competição a motivação dos adeptos é maior. O clube vai ter utilização preferencial do estádio municipal para todas as suas equipas e sem encargos. Junto a uma das entradas do recinto já se ergue o edifício sede do clube, cuja construção é responsabilidade da autarquia com vários anos. O espaço vai contar com bar no rés-do-chão, área social e administrativa no primeiro piso e um terraço com vista para o campo no último piso. A próxima preocupação do presidente de O Coruchense é a verdade desportiva das competições. “Temos uma realidade que de certeza não é praticada em muitos clubes. O treinador e os jogadores passam recibo verde, pelo que quem organiza as provas tem de estar atento a essa realidade e ao equilíbrio nas competições”, sugere Ricardo Santos.