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João Ferreira é o mestre da música

Depois do Revirarock junta dezenas de jovens no AcordAteclA
João Ferreira foi professor de português e francês mas o seu nome está associado à música. Em Ulme, sua terra natal, fundou há 25 anos um grupo chamado Revirarock que ainda hoje existe. A ideia era importada do estrangeiro e florescia em algumas cidades europeias, incluindo Lisboa. Pôr grupos de jovens a cantar na sua língua mãe êxitos da música pop e rock internacional. A surpresa foi um projecto do género se ter desenvolvido a partir de uma pequena localidade do interior.Os jovens do Revirarock tocavam, cantavam e dançavam. Faziam espectáculos. Participavam em programas de televisão. Gravaram. A última vez que actuaram foi o ano passado na semana da Ascensão. Uma actuação no cine-teatro da Chamusca que serviu de rampa de lançamento para um novo projecto do professor João Ferreira, AcordAteclA (ler, Acorda a Tecla). “Foi uma surpresa para toda a gente. Trinta e cinco jovens em palco a tocar guitarra. Uma audição pública alargada ao fim de oito meses de trabalho. Eu próprio fiquei surpreendido com o resultado”. O professor tem 60 anos. Está aposentado mas não desligado do ensino e muito menos da dinamização de jovens. Sempre na área da música. Ainda dava aulas e já desenvolvia trabalho no Centro de Recursos Educativos da Chamusca onde continua. Ao mesmo tempo mantém em actividade o Centro Cultural de Ulme que, tal como o Revirarock, completa as bodas de prata este ano. “O AcordAteclA tem uma abrangência maior. Concelhia. O ponto de partida continua a ser o Centro Cultural de Ulme mas temos um núcleo no Chouto e vão arrancar núcleos na Chamusca e Carregueira. É algo diferente do Revirarock. Não se trata de fazer espectáculos mas de ensinar música de maneira informal. Pôr jovens a tocar cordas e teclas, na desportiva, como eu costumo dizer. Não somos nenhum conservatório nem queremos ser. Temos jovens que andam no conservatório e podemos encaminhar alguns jovens para essa via de ensino mas o que nos move é despertar o gosto pela música”, explica.A conversa decorre no Centro de Recursos Educativos que é da câmara municipal. Ali dão-se aulas de informática e de música. Ao nível da música existe desde o primeiro dia a participação do Centro Cultural de Ulme. “Quando isto nasceu não havia nada e nós no Centro Cultural já tínhamos alguns meios que passámos a utilizar aqui”, justifica. Para quem não conhece, convém explicar que o Centro Cultural de Ulme é o professor João Ferreira e o professor João Ferreira é o Centro Cultural de Ulme, passe o exagero, porque há sempre mais alguém para ajudar e dezenas de jovens a aprender.O “mestre da música” viveu algum tempo em Lisboa. Ele e a esposa, que também é professora, chegaram a participar num grupo de Música Popular Portuguesa chamado Almanaque. Depois foi colocado na escola da Chamusca e regressou a Ulme. Quando lhe falam da receita para motivar jovens diz: “Ninguém aprende se não quiser aprender. Eles têm que querer e muitas vezes a iniciativa ter que partir deles. Das sugestões deles”.

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