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Autarquias não assumem danos causados durante as largadas de toiros

Seguro de responsabilidade civil apenas cobre situações ocorridas fora das mangas

Os danos provocados durante as largadas de toiros são da responsabilidade de quem arrisca. As colhidas são frequentes e em alguns casos causam a morte, como aconteceu na quinta-feira em Azambuja.Jorge Afonso da Silva

Se é daqueles que gosta de enfrentar o toiro nas largadas que se realizam um pouco por todo o Ribatejo saiba que as autarquias que organizam os eventos não assumem a responsabilidade por qualquer dano ocorrido no perímetro delimitado pelas tranqueiras. Caso alguém queira reclamar alguma indemnização terá que recorrer aos tribunais.Neste tipo de eventos as colhidas são frequentes. Por vezes a situação tem contornos mais dramáticos, provocando mesmo a morte, como aconteceu durante a última Feira de Maio, em Azambuja (ver texto ao lado). “O seguro da festa não cobre este tipo de situações. Os acidentes que ocorrem dentro do recinto são da conta e risco de cada um. As pessoas sabem que este tipo de eventos são perigosos e devem ter cuidado”, alerta o vice-presidente da Câmara Municipal de Azambuja. Luís de Sousa revela que o seguro de responsabilidade civil apenas cobre situações ocorridas no exterior da manga. Na tradicional entrada de toiros em Quinta-feira de Ascensão, realizada a 13 de Maio , na Chamusca, um homem ficou gravemente ferido depois de uma colhida, um carro foi amolgado por um dos toiros e o vidro de uma casa foi partido por outro animal. Na Rua Direita de São Pedro – com cerca de um quilómetro – não há tranqueiras. “O senhor que foi colhido e o carro amolgado – que estava dentro do perímetro da passagem dos toiros – são da responsabilidade deles próprios. O vidro da casa, esse o seguro cobre. Dentro do circuito pressupõe-se que as pessoas tomem as devidas precauções para evitar os acidentes. Quando acontecem, a responsabilidade não é imputável aos seguros”, esclarece o presidente da câmara da Chamusca. Sérgio Carrinho salienta que o seguro existente é “para acontecimentos excepcionais”, como no caso do toiro “fugir para fora do circuito e apanhar uma pessoa desprevenida”.Em Samora Correia, concelho de Benavente, as largadas de toiros, realizadas em Maio, provocaram onze feridos, três dos quais graves. “As entidades que organizam estes eventos não se responsabilizam pelas colhidas dentro das mangas. A responsabilidade é de quem vai lá para dentro brincar com os toiros. O seguro só é activado, caso o toiro se solte do recinto”, afirma o presidente da junta. Hélio Justino explica que a junta tem a responsabilidade de montar a estrutura e assegurar o socorrismo e segurança.Vila Franca de Xira prepara-se para mais uma edição do Colete Encarnado, momentos em que as tradicionais esperas de toiros trazem mais gente à terra. A autarquia confirma que o que se passa no interior do recinto é da responsabilidade de cada um. Caso um toiro consiga sair do espaço delimitado para as esperas, saltando ou partindo as tranqueiras, a câmara possui um seguro de responsabilidade civil, que cobre os estragos. “Se algum animal sair do recinto por acção de alguém, a responsabilidade recai sobre quem teve tal iniciativa”, esclarece a autarquia.

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