Emprescola revela potenciais empresários do futuro
Projectos de alunos do 6º ao 12º ano apresentados em Torres Novas
O presidente da Nersant diz que o mais importante foi o interesse que os jovens colocaram nestes projectos, “em vez de perderem tempo em castings” para programas de televisão.
Quando Luana Resende, 18 anos, começa a apresentar o seu projecto de negócio, alguns espectadores riem-se. A ideia deixa todos desconcertados: um frigorífico com diversos compartimentos, tipo cofre, ideal para casas divididas por jovens. Mas à medida que esta estudante da Escola Secundária do Cartaxo vai apresentando a sua ideia, na sexta-feira, 28 de Maio, no auditório da Nersant em Torres Novas, o público cala-se. Dinâmica e ciente do seu projecto, vai descrevendo todos os prós e contras de um possível investimento, estratégias, objectivos e mercado alvo. A ideia inovadora faz nascer o burburinho entre o júri.Luana Resende apresentou a sua ideia para o frigorífico-cofre sozinha, uma vez que não encontrou quem se interessasse pelo projecto, com excepção de uma professora. “No início todos deram risadas, mas eu insisti porque não existe nada semelhante no mercado”, explica pouco depois a O MIRANTE. Natural do Brasil, revela que a ideia já existia “inconscientemente”, mas apenas com o projecto “Emprescola”, da associação empresarial Nersant, a colocou em prática, desenhando o esboço e pedindo a um amigo que fizesse a simulação em 3D. A terminar o 12º ano, quer seguir Marketing e Publicidade. “Pretendo levar a ideia para a frente. Se não for pela Nersant, quero registar a patente e procurar financiamento”, diz com convicção. Luana Resende foi uma dos 178 jovens, de 17 escolas do distrito, que participaram neste encontro promovido pela Nersant, que desafiava alunos do 6º ao 12º ano a apresentarem ideias de negócio. A meio da manhã de sexta-feira, o presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, dirigiu-se ao palco para agradecer a participação de todos, elogiando uma nova geração completamente diferente da anterior, “não tão resignada” e mais “inovadora”. “O mais importante”, sublinhou José Eduardo Carvalho a O MIRANTE, foi o interesse que os jovens colocaram nestes projectos, “em vez de perderem tempo em castings” para programas de televisão. “Estão a pensar em produtos novos para o mercado”, referiu, notando nas diversas ideias não só para empresas como também para produtos específicos. No “Emprescola”, o júri analisou os critérios de inovação, adequação ao mercado, o plano de apresentação da empresa, o trabalho de equipa e a qualidade da apresentação. Pelo palco passaram todo o tipo de projectos, desde empresas de turismo, de doces regionais, espaços de lazer, lojas on-line, serviços de babysitting, um comedor automático para cães, um rato para computador com multifunções, insecticidas biológicos, um carro telecomandado movido a energia solar, um GPS para espaços comerciais, bijutaria, entre muitos outros. Apoiados sobretudo por power point, souberam valer-se das novas tecnologias para apresentar pequenos filmes de apoio, simulações em 3D, blogs, aderindo em muitos casos às tecnologias de energia renovável para desenvolver os seus projectos. O “Emprescola” sucedeu ao “Empcriança”, este direccionado a crianças do 1º ciclo e que decorreu dia 19 de Maio. Dia 8 de Junho, na Fersant – Feira Empresarial do Distrito de Santarém, na capital do distrito, os projectos vão ser novamente apresentados.
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