O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) vai realizar uma avaliação global a toda a encosta da zona de Monte Gordo, onde se situa o prédio devoluto que está em deslocação e ameaça ruir. A medida foi anunciada a O MIRANTE pela presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira no final da última reunião do executivo camarário que decorreu na tarde de quarta-feira, 2 de Junho. Durante a manhã Maria da Luz Rosinha reuniu-se com a comissão de moradores.“Já fiz um contacto com o LNEC e durante a próxima semana (esta) uma equipa de fiscalização vai desenvolver em conjunto com a câmara municipal e os moradores, uma análise global à encosta. Depois da apreciação do LNEC vamos gizar um plano de trabalhos”, disse a autarca. Maria da Luz Rosinha garantiu que irá acompanhar o desenrolar da situação de perto e compreende a preocupação dos moradores.Como noticiámos na última edição as dezasseis famílias que habitam o prédio (Lote 1), na Rua de Quinta de Santo Amaro na zona de Monte Gordo, em Vila Franca de Xira, temem pela segurança, uma vez que o Lote 2 – que está devoluto – descolou completamente dos restantes dois lotes, encontrando-se em deslocação.A situação torna-se mais grave porque o talude construído pelo município há cerca de seis anos, depois do construtor ter desaparecido, para tentar suster o avanço das terras da encosta, está também a movimentar-se, continuando a fazer pressão sobre os prédios. Na ocasião a câmara gastou dezenas de milhares de euros mas, segundo os moradores, esqueceu-se de fazer as estacas que impedissem o avanço do talude.A autarquia vilafranquense parece ter seguido as indicações da Geotest (empresa contratada pela autarquia para avaliar a situação) que recomendou a intervenção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil com o objectivo de avaliar as condições de estabilidade de toda a encosta, de modo a definir-se as intervenções a realizar. Além desta recomendação – descrita no último relatório de Dezembro do ano passado – a Geotest indica ainda que se verifica em geral “um acréscimo de deslocamento significativo”, tanto na encosta, onde está construído o talude, assim como nos próprios edifícios. Face à evolução desfavorável, a empresa defende uma intervenção a curto prazo na área em estudo, tendo já transmitido essa ideia à câmara de Vila Franca.“Há diferentes responsabilidades: do Banco Montepio, proprietário do edifício devoluto; dos moradores que estão disponíveis para assumir um conjunto de obras que deveriam ter feito mas que até agora não puderam fazer e da câmara municipal que tem que prevenir os acidentes com a encosta”, concluiu Maria da Luz Rosinha.