A escola básica do primeiro ciclo de Povos, concelho de Vila Franca de Xira, está em avançado estado de degradação e a precisar de várias intervenções urgentes. O estabelecimento de ensino é frequentado por centena e meia de crianças do primeiro ciclo, e os pais, professores e funcionários pedem a realização de obras.A vegetação cresce sem controlo, os equipamentos estão degradados e o material escolar, como os quadros e as cadeiras, estão desgastados. Uma passadeira de tábuas de madeira está partida há mais de quatro anos e representa um perigo para os jovens alunos. Das duas casas-de-banho existentes, apenas uma funciona. Numa das salas de aula existem sete lâmpadas no tecto mas apenas duas funcionam. Um dos portões da escola está empenado e não abre, obrigando os alunos e os pais a entrar por um acesso lateral que está quase sempre fechado a cadeado. As paredes necessitam de pintura. Estes são apenas alguns dos problemas identificados pelos pais dos alunos que lamentam o estado em que se encontra o estabelecimento de ensino e reclamam por melhorias. Os alertas já foram enviados para a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e para o Agrupamento de Escolas Vasco Moniz, a que pertence a EB1 de Povos. Porém, os pais lamentam nunca ter recebido resposta.“O ano passado tivémos um problema com as ervas altas, que estavam cheias de carraças. Só depois de muitos avisos veio alguém cortar isto. Agora estamos outra vez na mesma, com o pátio do recreio cheio de ervas, algumas são da altura dos alunos. Dentro da escola estão várias pedras pequenas que deviam ser tiradas, porque os miúdos aproveitam para atirá-las para os carros que passam na estrada e para as pessoas que estão sentadas na paragem dos autocarros. De Inverno não há luz. O pátio é muito escuro. Depois das seis da tarde descer a rampa que dá acesso à escola é um perigo”, lamenta Maria Alexandre, encarregada de educação. Segundo os pais chegam a decorrer aulas com duas turmas de anos diferentes em simultâneo para rentabilizar o espaço existente.“Uma das professoras do meu filho foi de baixa e ele ficou um mês sem aulas porque ninguém queria vir. Houve quase 80 professores que se recusaram a vir dar aulas. Muitos chegavam e iam logo embora. Outros nem chegaram a aparecer quando souberam qual era a escola”, lamenta Leonor Correia.Pedro Lima da Associação de Pais, garante que eviou dezenas de e-mails para o agrupamento para tentar resolver as questões. “Da Vasco Moniz somos encaminhados para a Câmara e a Câmara empurra de volta. Andamos neste rola-rola há três anos e não vemos solução para os nossos problemas. Acho lamentável que depois de tanta tentativa de diálogo seja preciso vir cá O MIRANTE falar com os pais para algumas coisas começarem a ser recuperadas e arranjadas. Mas só fazem trabalhos de cosmética, não se resolve nada”, acusa.Uma professora da escola, que solicitou o anonimato, partilha das preocupações dos pais e acrescenta que “já por várias vezes os professores equacionaram avançar para um protesto”, tendo em vista a resolução dos problemas existentes. “Não há ninguém que trabalhe aqui que goste das instalações. É óbvio que são precisas obras de melhoria”, acrescenta uma funcionária.Contactado pelo O MIRANTE o Agrupamento de Escolas admite conhecer os problemas e as queixas dos pais, assegurando que tem feito chegar à Câmara Municipal todas as queixas. “Temos feito tudo o que está ao nosso alcance para resolver o problema mas não temos conhecimento de que estejam previstas obras para o local”, refere Manuela Marques, professora.A Câmara Municipal esclarece que tem feito obras na escola sempre que necessário e que o continuará a fazer no futuro.