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Rui Pedreira

Rui Pedreira

35 anos, chefe de vendas, Cartaxo
Tenho o mesmo emprego há 12 anos. Sou chefe de vendas, mas faço um pouco de tudo. Sempre tive as mesmas funções. Acabei a licenciatura em organização e gestão de empresas, no ISCTE, em Lisboa, e deram-me a oportunidade de vir trabalhar para aqui. Cresci na Póvoa da Isenta, Santarém, onde estive até casar, aos 32 anos. Depois fui para o Cartaxo de onde é a minha esposa. Faço 14 quilómetros por dia. Namorei oito anos. Estou casado há três anos. Não temos filhos. É um projecto que temos adiado. A minha esposa é veterinária e tem mudado com frequência de entidade patronal. Enquanto não atingirmos a estabilidade vamos esperar.Gosto de andar de fato e gravata. Uso de Verão e de Inverno. Mesmo quando estão quarenta graus de temperatura. Não tenho problema nenhum. As pessoas queixam-se com o calor, mas acho que é uma questão de hábito. Nos dias mais quentes também me refugio no ar condicionado. Quando chego a casa a primeira coisa que faço é trocar de roupa. Em casa não me sinto confortável de fato. Nas férias adopto um estilo desportivo. Calça de ganga ou calça mais formal se sair à noite. Uma camisa ou um pólo. Às vezes uma t-shirt. Faço atletismo. Chego a casa depois do trabalho, visto uns calções e vou dar uma volta. Tomo um banho e depois janto. Faço isto normalmente à segunda, à quinta e ao sábado. À terça tenho o jogo de futebol de salão com uns amigos em Santarém. São três corridas e um jogo de futebol, se tudo correr bem. Passo algum tempo em casa a ver televisão e gosto de passear. Sou muito organizado. Tanto na empresa como no dia a dia as coisas estão programadas. Sou sócio do Benfica. Gosto de ir ver os jogos. A minha esposa costuma dizer que adio tudo por causa do Benfica. É verdade. Tento conciliar tudo para conseguir ver os jogos. Não tenho lugar cativo. Este ano a coisa correu bem e fui ver sete jogos. Já sofri mais com o futebol. Acho que isso tem que ver com a idade. Se eles ganharem fico contente, mas não deixo de dormir. Quando era mais novo era mais complicado. Nem me podiam telefonar. A minha esposa não é doente pelo futebol, mas gosta. Em casa também acompanha quando estamos entre amigos. Sou eu que trato dos grelhados lá em casa. Fui eu que montei os candeeiros que temos. Substituo lâmpadas. Nós os dois tratamos do jardim. Eu corto a relva e a minha esposa trata dos canteiros e tira as flores secas. Não tenho muito jeito para as tarefas domésticas. Os horários que tenho também não ajudam. Fazer os outros felizes de maneira a que me sinta feliz. É o meu lema de vida. Não sou muito filosófico. Sou mais ligado aos números. Não sou daquelas pessoas que só olham para si próprias. Gosto de agradar às pessoas e mesmo aos clientes. Antigamente qualquer um era vendedor de automóveis. Desde a pessoa sensata e honesta até à pessoa que não tinha argumentos e que mentia ao cliente para conseguir fazer os negócios. O que verifico hoje é mais o contrário. O cliente a tentar enganar o concessionário. Temos alguns clientes a dizer que têm propostas de outro lado que não existem. O preço dos carros é mais ou menos igual em todo o lado e surgem números que sabemos que são mentira. A crise existe para quem não tem dinheiro. Quem tem fica com um pouco menos ou se calhar até aumenta. Há carros que demoram seis ou sete meses a chegar e até isso acontecer registaram-se grandes alterações nas empresas. Se estão a despedir pessoas não podem levar um carro novo para a empresa. A crise sente-se sempre, mas a verdade é que este ano estamos a vender mais carros do que no ano passado. A crise para nós foi mais grave em 2009 que em 2010. Se bem que ainda estamos a meio do ano. Ando num Mercedes. Esporadicamente experimento outras marcas para conhecer o produto. É importante quando são carros recentes. Uma coisa é ver o carro na rua. Outra coisa é testá-lo. Ando dois ou três dias com eles aproveitando as retomas que nós recebemos. Os carros desportivos dizem-me pouco. Gosto de os ver e gosto de os vender porque dão muito dinheiro, mas não me deslumbro. A mim basta-me um carro familiar. Mesmo que tivesse muito dinheiro não o iria gastar só para ter o carro da moda. Num carro desportivo estamos numa posição de condução muito baixa. E se tenho o carro da empresa não vou ter outro. Ana Santiago
Rui Pedreira

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