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Paixão por cães deu origem a negócio

Paixão por cães deu origem a negócio

Maria Manuela Cunha deixou a vida administrativa em escolas para criar cães em Pontével

Os animais estão todos divididos por boxes e por temperamentos. Não possui cães das chamadas raças perigosas.Ricardo Carreira

Um grupinho de meia dúzia de chihuahuas, pinschers e spitz, cães de raça pequena, entretém-se a roer calças e atacadores do repórter à conversa com Maria Manuela Cunha, numa divisória da casa que fica no meio do aglomerado urbano de Pontével, concelho do Cartaxo. Uma nova divisão criada na entrada traseira da casa era para se tornar uma sala mas redundou em mais um espaço para cuidar dos cães mais pequenos e das cadelas que estão prenhas e prestes a dar à luz a qualquer momento. O amplo quintal da casa, na rua do Pombal, é o espaço que Maria Manuela Cunha tem para criar raças de cães mais adequadas a vivências de apartamentos, mas não só. Dedicou-se à criação de cães há 16 anos. Foi chefe de serviços administrativos nas escolas de S. João da Talha e Aveiras de Cima. Aposentou-se em 2009, com 57 anos, para se dedicar a 100 por cento à criação de cães, e radicou-se em Pontével.Há 16 anos começou por criar yorkshire terrier. Actualmente cria aquela raça e west highland white terrier, pinscher, chihuahua de pelo curto e pelo comprido, cavalier king charles spaniel, pug, shi tzu, bouledogue francês, teckel e spitz. Estão todos divididos por boxes e por temperamentos. Não possui cães das chamadas raças perigosas.“Sempre adorei animais desde pequena. Aposentei-me em Outubro de 2009. Era complicado para mim levantar-me às 06h30, sete da manhã e deixar animais minimamente tratados para entrar às nove no trabalho. À tarde, assim que chegava ia tratar deles, lavá-los, como fazia diariamente. Dedico-me a 100 por cento à criação. Não saio daqui para poder cuidar deles todos, quase deixei de ter vida própria, há quatro anos que não sei o que é ir a uma praia!”, confessa Maria Manuela Cunha. Só uma piscina montada no quintal a faz recordar do mar quando faz mais calor.Os cães estão separados por raças e às vezes por temperamento. Perto de si ficam as cadelas prestes a ter crias. Maria Manuela Cunha afirma-se criadora e não comerciante. Está registada no Clube Português de Canicultura através do qual lhe chegam grande parte de clientes de todo o país. Os seus cães apenas comem ração Royal Canin, têm todas as vacinas em dia e acompanhamento do hospital veterinário. “Tenho despesas brutais com cesarianas, limpezas, problemas a resolver e gasto 1.200 euros de ração por mês. Passo o dia de esfregona e vassoura na mão a limpar o que eles fazem. Depois tenho de lhes dar banho, tê-los tosquiados e desparasitados”, conta a criadora. Que às vezes tem de fazer “directas”. Considera que só se tem aguentado pelo gosto do que faz mas também por ser uma pessoa activa. O cansaço já a levou a pensar a desistir mas não consegue. Diz que adora os animais, que até conhece através do latido. Mas todos têm nomes. A Pipinha, o Ari, o Pompom, a Tangerina, o Bony, o Lucas, entre muitos outros.Os clientes que aparecem à sua porta preferem os cães de raça mais pequena e o mais vendido é o yorkshire terrier. Para se ter uma ideia do preço, um pequeno chihuahua de pelo curto bege custou-lhe 600 euros, a que junta alimentação, tratamento e dedicação. Só a partir de mês e meio de vida, quando estão vacinados, os cães estão aptos a ser vendidos.Vários clientes chegam também até si através da consulta do seu site (www.depatasepatolas.net) e do blog (http://depatasepatolas.blogspot.com). Nesses sítios está, de forma simples, descrita a aparência e temperamento dos cães de raça que tem na sua criação, assim como a morada e contactos. No meio de tanto cão, Maria Manuela Cunha já ficou com um dedo maltratado a separar um briga e também ficou com marca de uma dentada numa mão. Mas são muito poucos os episódios de descuidos com cães, em grande parte, carinhosos.Com uma filha e um filho, Maria Manuela Cunha vai ser avó em breve. A essa família junta o grande clã de cães e cachorrinhos que são a sua família permanente ao longo da semana, 24 horas por dia.
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