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António Vieira Rodrigues começou a vender carvão e criou um grande grupo empresarial

Prémio Carreira Empresarial

Era um rapaz empreendedor que aos 14 anos montou um negócio de carvão e que nunca mais parou. Subiu a pulso mas nunca perdeu tempo a lamentar-se. Lançou e desenvolveu a Construtora do Lena. Comendador da Ordem de Mérito Industrial diz-se aberto à discussão de qualquer ideia de negócio.

António Vieira Rodrigues, fundador da Construtora do Lena, galardoado com o prémio carreira empresarial descobriu a sua vocação para os negócios muito jovem e nunca a perdeu. Já completou 77 anos, passou as empresas para os filhos mas continua aberto à discussão de novos investimentos. Nasceu em Santa Catarina da Serra, no concelho de Leiria, onde está sedeada a Lena Construções. A sua família estava ligada à agricultura. Diz que a casa dos seus pais era uma casa farta em trabalho, respeito e disciplina. Com espírito empreendedor cedo começou a lutar pela sua independência económica. A primeira actividade foi o fabrico de carvão, que vendia nas redondezas. Paralelamente fazia viveiros de plantas ao mesmo tempo que trabalhava para a família nas actividades agrícolas. E não tinha a vida facilitada. Conta que quando não podia trabalhar com a junta de bois nos terrenos familiares, tinha que pagar do seu bolso a um homem que ocupasse o seu lugar. Apesar de ser vizinho da escola da freguesia, só fez a terceira classe. Aos 14 anos conseguiu dinheiro para comprar uma bicicleta e mais tarde uma motorizada. Os investimentos eram sempre feitos a pensar na melhoria das suas actividades empresariais. Um dia descobriu que podia ganhar dinheiro a produzir essências de alecrim e eucalipto que vendia à indústria farmacêutica. O custo de fabrico era então de cinco escudos o litro e o produto era vendido a 95 escudos. Mas não era lucro fácil. António Vieira Rodrigues levava os bidões de 50 litros na bicicleta até Ourém, onde apanhava boleia nos camiões de madeira que iam para Lisboa. Muitas vezes tinha que ir em cima da carga. Nos postos de pesagem da polícia tinha que sair para que a carga não pesasse mais e o motorista não fosse multado e levava o bidão às costas pela estrada até ser recolhido de novo pelo camionista. Dedicou-se também a fazer viveiros de eucaliptos e foi comprando máquinas para nivelar terrenos. Homem que ia atrás das oportunidades começou a utilizar as máquinas na construção de estradas através de contratos que fazia com os empreiteiros. Na década de sessenta constituiu uma empresa de construção em nome individual, que mais tarde deu origem à Lena Construções. A empresa não parou de crescer e deu origem a um grande grupo empresarial que opera em vários sectores. António Vieira Rodrigues diz que nunca teve dinheiro, mas que sempre que precisava ele aparecia. Continua a ter um gabinete na Lena Construções onde costuma passar parte do dia embora já não tenha funções executivas. Passa algum tempo no Brasil onde tem uma exploração agrícola e na quinta da Cortiçada, no concelho de Rio Maior, onde produz vinho. Em 2006 recebeu das mãos do Presidente da República, a comenda de mérito industrial.

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