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Maria Conceição Barreira não tem dias de folga

Prémio Mulher Empresária

Tem a paixão da leitura e do trabalho. E quando se fala de paixão é mesmo paixão. Esquece-se do tempo quando está embrenhada naquilo que gosta de fazer. Tem discernimento suficiente para perceber que o mundo tem também outros encantos. Adora andar descalça na terra quando ajuda o pai nos trabalhos da quinta.

Se por um acaso às seis da manhã passar pelo imponente edifício do laboratório de análises clínicas Fernanda Galo, em Tomar, é provável que lá encontre a directora técnica já em actividade. Tal como não será descabido deparar-se com Maria Conceição Barreira, às duas da manhã, ainda embrenhada no trabalho.A especialista em análises clínicas, que em 2008 impulsionou um dos maiores investimentos que Tomar conheceu nos últimos anos - no valor de sete milhões de euros - trabalha entre 16 a 18 horas por dia. Tem três filhos, dois rapazes e uma rapariga e um marido que a apoia incondicionalmente.Maria Conceição Barreira não tem dias de folga. Mesmo em férias não consegue estar muitos dias desligada. Trabalha ao fim de semana. Quando não é na empresa é em casa. Está ligada em rede ao laboratório. Os tempos livres são passados a andar descalça na terra. Ajuda o pai, 82 anos, a fazer alguns trabalhos na quinta. Gosta de cozinhar para casas cheias. Bacalhau com migas. Comida tipicamente portuguesa. A leitura é a sua grande paixão. À cabeceira tem 12 livros. “Assim falou Zaratustra” de Nietzsche é um deles. Mas os livros técnicos também estão lá e outros autores como Pablo Neruda. Natural de Soudos, Tomar, foi sempre aluna de 18 e 20 valores enquanto frequentou o liceu. À entrada da empresa está um poema que leu há trinta anos sobre a falta que o tempo faz. Diz que põe as pessoas à frente dos lucros da empresa. Também por isso abdicou de ter um gestor. Acumula as funções de directora técnica e gestora. Foi trabalhar para a empresa Fernanda Galo, em 1989. Tinha passado pelo Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e por Ponta Delgada, nos Açores, onde o marido foi juiz. Em 1993 passou a ser a proprietária da empresa. Considera que saber ouvir é meio caminho andado para uma boa liderança e afirma que nunca se arrepende das decisões que toma. Não tira mérito aos homens, gestores de topo, mas admite que as mulheres podem ser mais sensoriais e ter maior jogo de cintura. Acima de tudo põe a questão da competência. Além do laboratório de análises clínicas, que funciona com mais sete unidades de colheitas (Torres Novas, Lamarosa, Ourém, Fátima, Almeirim, Ferreira do Zêzere e Alvaiázere) tem ainda um laboratório de águas, um de alimentos e outro de controlo ambiental. A biologia molecular é uma das áreas em que aposta. Dá primazia a colaboradores da região nos quadros da empresa que tem mais de duas dezenas de funcionários e acolhe estagiários porque considera que as empresas têm a obrigação moral de ajudar quem está a entrar no mercado.

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