uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

“Pertencemos à geração que levou este país à insolvência”

José Eduardo Carvalho num discurso onde foi directo ao assunto e pediu aos governantes que não adiem por mais tempo o que tem de ser feito para combater a crise.

“Nós pertencemos à geração que levou este país à insolvência. Uns por irresponsabilidade, outros por incompetência, outros por resignação. Se são necessárias medidas duras para dar a volta a este país que se as tome de vez”.As palavras são do presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, que abriu assim a cerimónia de entrega dos prémios galardão empresa do ano, que decorreu na noite de terça-feira, iniciativa organizada em conjunto pela Associação Empresarial da Região de Santarém e jornal O MIRANTE.O dirigente disse que muitos acharam despropositada a realização do evento na actual conjuntura económica. “O momento, dizem eles, é de ruptura e não de festas. Nós, pelo contrário, achamos oportuno e gostaríamos que este momento servisse também para reflectir porque é que uns conseguem e outros não. Porque é que nas mesmas condições conjunturais uns chegam lá e os outros não”.Medidas para dar outro rumo ao país precisam-se, defende José Eduardo Carvalho. “Se é necessário reduzir os salários das administrações públicas, que se reduza. O mercado já está a obrigar o sector privado a fazê-lo. Cada vez mais as empresas acordam reduções negociadas de salários e procedem à supressão de prémios de produtividade, de absentismo e outros complementos salariais”.Da mesma forma devem enfrentar-se, se assim for preciso, os sindicatos da função pública, do sector empresarial com participação estatal e as corporações. E até flexibilizar de forma ambiciosa e significativa a legislação laboral. “Se se concluir que se deve reduzir de forma acentuada os impostos sobre o trabalho e os bens produzidos e aumentar aqueles que incidem sobre o consumo que não se perca tempo”, concluiu José Eduardo Carvalho num discurso forte que antecipou a entrega dos prémios, um evento de evidência de exemplos práticos e actos que diferenciam alguns elementos do resto da comunidade empresarial. “Mesmo nos momentos de festa nada nos impede de transmitir o que nos vai na alma”, sublinhou, fazendo votos de que no próximo ano, por altura da entrega do galardão referente ao ano de 2009 exista uma outra “conjuntura” e uma outra “esperança”.Um beirão apaixonado pelo Ribatejo O administrador da Petroibérica, em Fátima, concelho de Ourém, empresa do ano, Francisco Mascarenhas, lembrou que a firma não é mais que uma família de 100 pessoas que tem evoluído e trabalhado em conjunto. Francisco Mascarenhas agradeceu o prémio em nome da firma e pediu licença para falar sobre a sua história, tal é o orgulho de receber um galardão no Ribatejo. Nasceu na Beira, mas está fortemente ligado à região ribatejana por três razões: fé, trabalho e família.“Desde pequeno me habituei a rezar a nossa senhora de Fátima”, justificou. O avô, por quem sempre teve uma consideração enorme, serviu a região durante uma década e ajudou a criar a então província do Ribatejo com capital em Santarém. “Trinta anos depois o meu pai vem construir numa altura bem difícil, entre 1976 e 1978, uma indústria de produtos horto alimentares congelados criando cerca de 300 postos de trabalho. Foi aí que iniciei a minha actividade profissional e que tive o prazer de conhecer muita gente, o que me permitiu tirar grandes ensinamentos”. Só mais tarde Francisco Mascarenhas apresentou o projecto Petroibérica à família Vieira Rodrigues que desde a primeira hora acolheu o projecto no Grupo Lena. Foi também por terras do Ribatejo que conheceu a mulher que se tornou na mãe dos seus filhos. “Bem-haja Ribatejo. Bem-haja Portugal”, terminou.O MIRANTE deve o seu êxito à classe empresarial“O MIRANTE deve à classe empresarial o êxito do seu projecto editorial”, diz o director geral do jornal, que organizou o galardão empresa do ano em parceria com a Nersant – Associação Empresarial da Região de Santarém.“Há 23 anos apostámos num título e numa marca e dia a dia temos feito caminho, principalmente por 23 concelhos da região ribatejana, que mesmo assim estamos longe de cumprir ao nível das nossas metas e objectivos”. Joaquim António Emídio considera que Portugal tem dos melhores jornais do mundo. Uma das razões é a grande concentração em Lisboa e nas historietas da vida política e socioeconómica que dão pano para mangas. “Por mais estranho que pareça ninguém está interessado em conquistar leitores fora dos grandes centros. Ou estão interessados, mas querem fazê-lo sem grandes investimentos. Reside aí uma das razões para o sucesso do projecto empresarial de O MIRANTE”, explica.Muitos jornais não têm distribuição por assinaturas e vão vivendo das vendas em banca, cada vez menores, e das “tiragens miseráveis” que são menores do que há 10 ou 20 anos. “Ninguém em Portugal, a começar no Expresso, de quem aliás somos parceiros, e a acabar no Público, tem uma distribuição porta a porta tão bem organizada como a nossa. Nem sequer há outro jornal com uma redacção como a nossa que faça jornalismo de proximidade como nós fazemos todos os dias”.Joaquim António Emídio sublinha que O MIRANTE é o único jornal assumidamente regional que faz parte do barómetro da imprensa na Marktest. “Desde há muitos anos, graças ao nosso modelo de negócio, somos a nível nacional na nossa área de influência o primeiro em fidelidade e afinidade junto dos leitores dos 23 concelhos onde mais trabalhamos”. O director-geral de O MIRANTE sublinha que Portugal é o país da Europa desenvolvida com mais ferros velhos por metro quadrado e com uma justiça que não consegue que uma companhia de seguros pague mais de 50 mil euros por uma morte cruel em trabalho ou na curva traiçoeira de uma estrada. “Por sermos ainda um país tão invulgar no respeito pelos direitos humanos e pela livre concorrência não temos legislação nem apoios para a criação de televisões regionais. Pelos vistos não temos ainda maioridade, como país e empresários, para poder investir num negócio que na vizinha Espanha é velho como as barbas de milho”.

Mais Notícias

    A carregar...