“É importante ter em Santarém políticos de qualidade”
Militante número um do PS deixa críticas e alertas no dia de homenagem aos fundadores do partido em Santarém
O militante número um da secção do Partido Socialista de Santarém, José Churro Faustino, lamentou no domingo que não tivessem comparecido ao almoço de homenagem aos seis fundadores do partido em Santarém “algumas pessoas que muito devem ao PS e que muito trataram da sua vidinha graças ao PS”. Nenhum dos três presidentes de câmara que o PS teve em Santarém, esteve presente, embora o primeiro, Ladislau Botas, já não o pudesse fazer por motivos de saúde. Presentes estiveram militantes como Botas Castanho, Manuel Afonso, António Carmo, Leonel Martinho do Rosário, Carlos Nestal e dirigentes concelhios como Pedro Braz, Luís Almeida e Ricardo Segurado.José Churro Faustino, um dos fundadores do PS/Santarém, não especificou a quem se referia quando lamentou as ausências, mas destacou que o partido em Santarém está hoje “extremamente reduzido” na sua capacidade de intervenção. Aconselhou os actuais dirigentes a traçarem um plano de acção e escolher as melhores pessoas para o pôr em prática, como eles fizeram há mais de três décadas.“Pretendíamos escolher para executar o nosso projecto não aqueles que mais cartazes colavam mas os que tinham mais capacidade para executar esse projecto. A democracia é a escolha dos mais competentes para nos governarem e compete ao PS trazer à votação das pessoas os mais competentes, estejam eles onde estiverem”, referiu Churro Faustino.O histórico socialista escalabitano lamentou ainda que o PS de Santarém tenha vindo a perder representatividade quer a nível do poder local quer na estrutura nacional. “É importante ter em Santarém políticos de qualidade que se imponham na estrutura nacional do PS”, afirmou, recordando uma posição tomada por si há muitos anos, quando defendia que o PS de Santarém necessitava de uma espécie de Alberto João Jardim. “Uma figura autónoma, rebelde e com ideias fixas”, até porque, disse, a dependência exagerada do partido face a Lisboa, sobretudo a nível financeiro, “cria muita subserviência e subalternidade”.Churro Faustino aproveitou a homenagem promovida pela concelhia de Santarém, realizada no restaurante Adiafa, para recordar os primórdios do partido em Santarém, fundado poucos dias depois da revolução de 25 de Abril de 1974 através de um anúncio colocado pelos seis fundadores no Correio do Ribatejo onde se apelava à adesão de novos militantes.Os seis fundadores do PS em Santarém foram Manuel Alves Castela, Jaime Figueiredo, José Luís Colaço (os três já falecidos), Churro Faustino, Martinho da Silva e Orlando Filipe. As três primeiras reuniões efectuaram-se na livraria de que era proprietário Alves Castela. Martinho da Silva, que entretanto se desfiliou do PS, compareceu ao almoço e recordou perante cerca de 80 pessoas, os tempos atribulados que se viveram de início com uma sede sem mobiliário e com funcionários do partido vindos de Lisboa a ajudá-los a dar os primeiros passos na área da propaganda e acção política.
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