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Um bombo com rodas

Um bombo com rodas

Carpinteiro de profissão, Joaquim Vieira Gameiro, é um engenhocas, por vocação. Aos 78 anos, o tocador de bombo, farto de carregar o bojudo instrumento preso ao pescoço, lançou-se na construção de um suporte para não se cansar muito durante as actuações em andamento. “Eu é que imaginei isto. Arranjei as rodas, os eixos, o ferro. Só mandei soldar”, conta. Na abertura das festas da cidade do Entroncamento foi tocar com a Banda Filarmónica da terra, onde o filho Carlos é maestro. E vai tocar onde lhe pedem. A sua banda de origem é a de Riachos. Foi lá que, aos 13 anos, começou a aprender solfejo. “Hoje só lá toco numa emergência. Quando falta alguém. Mas isso é raro porque a banda tem 80 elementos”, conta. O músico “engenhocas”, que actualmente trabalha como monitor no CRIT (Centro de Recuperação Infantil Torrejano), também tem o seu próprio grupo musical. Chama-se “Arrebenta”. Fazem arruadas, festas…o que calha.“Depois de aprender solfejo ainda toquei sax soprano, mas foi por pouco tempo. Passei logo para a bateria”, conta enquanto tira o bombo de cima do suporte. “E o bombo também fui eu que o fiz. Bate com os nós dos dedos na armação…toc…toc… “é plástico. Era de um tambor que havia lá em casa. Já não me lembro de quê. Só comprei as peles”. Nas festas da cidade do Entroncamento tocou na sexta-feira à tarde, na abertura da feira de artesanato e no dia seguinte a acompanhar a marcha popular do Centro de Dia. E deu nas vistas por causa da carripana do bombo, que lhe permitiu ir a andar e a tocar sem carregar peso. O pior foi a sair do recinto. Escolheu uma saída sem rampa e teve que arrastar o instrumento e o tripé rolante pelas escadas acima. Alberto Bastos
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