Bonfim e São José são os nomes das duas farmácias dotadas de todos os requisitos, que abriram recentemente no Semideiro e no Chouto, respectivamente. As duas localidades do concelho da Chamusca eram servidas por postos móveis de medicamentos.Os proprietários que procederam à transformação dos postos de medicamentos em farmácias reconhecem que a abertura de farmácias no Chouto e no Semideiro é um investimento de risco. “Não temos dúvidas de que o investimento é de alto risco, mas temos também a certeza de que precisamos de continuar a servir as populações, mesmo as das aldeias mais remotas. Foi esse serviço de proximidade que nos levou a avançar com a transformação”, referiu Pedro Correia de Oliveira. O risco aumenta quando tudo indica que as extensões de saúde daquelas localidades estão prestes a encerrar. Mas, segundo Pedro Correia de Oliveira, as populações vão continuar a precisar de ter acesso aos medicamentos com garantia da supervisão e acompanhamento do farmacêutico. “A boa colaboração entre as farmácias e o médico de família é algo de muito importante para o bem dos utentes e que sempre se verificou”, refere.A farmácia do Semideiro destina-se a servir a população da freguesia de Ulme. A do Chouto serve a sede da freguesia e localidades limítrofes. Na vontade de servir as populações as farmácias implementaram também um serviço de entrega de medicamentos ao domicílio, visto tratar-se de uma zona em que as localidades são muito dispersas, havendo dificuldade de mobilidade por parte das populações.”É preciso cumprir vários requisitos. Nós já estamos preparados para fazer essas entregas de modo a que o medicamento chegue sempre ao doente nas melhores condições”.Os dois espaços foram completamente remodelados. Mas ainda existem algumas dificuldades, sobretudo na área das comunicações. “É urgente haver Internet no Semideiro para assim a população poder usufruir do programa das Farmácias Portuguesas, o que já acontece na Farmácia do Chouto”, diz Pedro Oliveira.“Investimos fortemente na formação de todos os colaboradores das farmácias, através de cursos nas mais variadas áreas da saúde. Investimento esse que se traduz no melhor acompanhamento, aconselhamento e predisposição para haver sempre uma grande proximidade com os utentes. São estes conjuntos de situações que nos tornam únicos e sempre dispostos a ajudar”, garante o gestor.Trabalho com as crianças das duas freguesiasAs farmácias não se limitam a acompanhar as populações no aconselhamento farmacêutico, trabalhando também no acompanhamento da saúde das crianças e idosos.“No dia da criança promovemos acções de sensibilização e informação com as crianças nas escolas de Ulme, Semideiro e Chouto, “fizemos animação, entregámos lembranças e os farmacêuticos abordaram temas como a higiene oral e corporal”.“Foi uma acção que correu muito bem, contámos com a colaboração dos professores e das funcionárias das escolas. As crianças ficaram encantadas com a acção, que gostaríamos de voltar a fazer no futuro. A actividade das farmácias de oficina exige muito aos seus profissionais, mas é recompensadora na medida em que se sente o reconhecimento dos utentes, sobretudo nos meios mais pequenos”, referiu a terminar Pedro Oliveira.