“Quem cala consente!” lia-se no comunicado distribuído aos automobilistas que circulavam na manhã de terça-feira, 13 de Julho, junta à rotunda de Torres Novas que dá acesso ao nó da auto-estrada A23. Promovido pela Direcção da Organização Regional de Santarém do Partido Comunista Português (PCP), o protesto pretendeu sensibilizar os automobilistas para as consequências mais negativas da introdução de portagens na A23 e “denunciar as negociações entre PS e PSD”.António Filipe, deputado do PCP eleito pelo círculo de Santarém, esteve presente e frisou a necessidade de todos se unirem contra a imposição de portagens na A23. “A luta das populações tem aqui um papel decisivo para que esta medida possa ser travada mas também seria importante uma posição unânime e coerente por parte dos autarcas”, afirmou. António Filipe considera que a posição do Governo e do Partido Socialista ao anunciar a sua intenção de isentar uns concelhos e não isentar outros é uma medida típica “de dividir para reinar”, referindo que a introdução de portagens na A23 afecta negativamente o conjunto da região. Para o deputado comunista esta via foi construída para não ter portagens porque se considerava “estruturante para a redução das assimetrias regionais do país”, uma vez que faz a ligação da A1 a regiões do interior “a braços com problemas muito sérios de desertificação e do ponto de vista da competitividade da respectiva economia”. Também para Carlos Tomé, vereador da CDU na Câmara Municipal de Torres Novas, a ideia de isentar alguns concelhos de portagens não faz qualquer sentido pelo que os autarcas terão que estar unidos nesta “luta absolutamente justa”.A maioria dos automobilistas parou para receber o panfleto do PCP e manifestou a sua concordância com o protesto. Queixavam-se, sobretudo, da falta de condições das vias alternativas à A23 e que a introdução de portagens iria agravar de sobremaneira a sua economia familiar. Para além de Torres Novas, as acções de protesto do PCP repetiram-se no Entroncamento e de tarde em Abrantes. Bloco e PSD/Entroncamento também protestamNa passada semana também a distrital do Bloco de Esquerda e a concelhia do PSD do Entroncamento tomaram posições públicas contra a implantação de portagens na A23. O Bloco refere que a via não tem alternativas válidas e que a introdução de portagens vai afectar o tecido económico da região. Já o PSD do Entroncamento manifestou a sua indignação por o concelho não integrar a lista de municípios onde os cidadãos vão ficar isentos de portagens nas actuais SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador).