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Adeptos das réplicas de armas e jogos de estratégia formam a Milícia Airsoft de Coruche

Adeptos das réplicas de armas e jogos de estratégia formam a Milícia Airsoft de Coruche

Milícia Airsoft de Coruche reúne grupo de amigos adeptos das réplicas de armas verdadeiras que disparam munições de plástico em jogos tácticos e de tiro
Se um dia estiver a desfrutar do ambiente do pinhal ou do montado do sobro num qualquer ponto do concelho de Coruche e deparar com um grupo de homens vestidos com uniformes de guerra e armados até aos dentes lembre-se desta informação: é muito provável que seja mais um domingo de diversão para a Milícia Airsoft de Coruche.O airsoft é uma modalidade desportiva que pode ter âmbito competitivo ou apenas recreativo. Os participantes estão munidos com armas de airsoft que disparam um projéctil de plástico em forma de bola com 6 milímetros de tamanho.Estratégia, descompressão, orientação, resistência física, companheirismo são palavras que se ouvem da boca dos adeptos do airsoft que integram o MAC. É aos domingos que se reúnem para jogar às facções inimigas ou participam em provas de 24 horas. Este domingo, último dia da Semana da Juventude de Coruche, fizeram uma demonstração de airsoft no pavilhão desportivo, mas desta feita apenas com tiro prático. O cenário foi montado num recanto do pavilhão. Oito alvos sem papelão foram colocados com e sem obstáculos físicos em frente da mira. No chão foi colocada uma área de jogo em formato de cruz da qual os jogadores não podiam sair. O objectivo era atingir cada alvo com dois tiros no mais curto espaço de tempo.E não faltaram armas para o efeito. Catalogadas com armas da classe G na Lei das Armas, houve réplicas de metralhadoras, pistolas e carabinas, cada qual com um tipo de disparo. No recinto, é obrigatório o uso de balísticos para evitar lesões na vista. De resto, os restantes equipamentos de protecção são opcionais. A distância mínima para o disparo devem ser cerca de 50 a 60 metros. Tudo o que for abaixo dessa medida, especialmente com armas maiores, já pode fazer doer. Arma de airsoft pode custar até cinco mil euros mas modalidade tem cada vez mais adeptosRicardo Pinto, 27 anos, proveniente da Erra, é um dos membros do MAC. Possui uma réplica de uma metralhadora M4 à escala real. Pesa cerca de três a quatro quilos e está apetrechada como se Ricardo fosse amanhã para o Afeganistão. Tem extensões de luz, punho táctico com estabilizador para disparo apoiado no chão e acopla uma óptica da mesma qualidade que as usadas pelo exército americano. A arma é eléctrica e funciona com uma bateria de nove volts. “É adrenalina muito grande praticar airsoft. Nunca fui tropa nem estive ligado a armas. Foi mesmo amor à primeira vista”, conta Ricardo Pinto, que desde Outubro de 2008 alinha com o MAC com o seu brinquedo de estimação, avaliado em 300 euros. A parti daí a arma pode ser “kitada”, tal como um carro de tuning. Uma arma pode custar 150 euros e ir até expressivos cinco mil euros.Todas as armas estão pintadas de florescente amarelo ou encarnado na coronha e em parte do cano, como exige a legislação. Podem ser manuais, eléctricas ou a gás. Pode ser disparada a um máximo de 1,3 joules (375 pés por segundo), o que equivale a mais de 400 quilómetros por hora. São cerca de 14 os membros do MAC mas apenas sete costumam jogar com regularidade provas de estratégia, no meio do mato, em terrenos próprios ou cedidos por proprietários para o efeito. Os espaços de “guerra” podem ter uma frente de 800 por 800 metros ou até de quilómetros. Quem quiser participar pode pedir uma arma emprestada e experimentar um ou dois domingos. Companheirismo e desportivismo são essenciais. “No jogo de estratégica colectivo, quem é atingido assume sempre que está fora. É uma questão de honra”, explica Luís veríssimo.Raul Simões, da Erra, tem duas réplicas de MP5 e começou a praticar airsoft em 2008. Confessa-se um adepto de armas mas atribui outras qualidades à prática do airsoft. “Funciona como desporto e como descompressão entre amigos, mas também promove a resistência e orientação de quem participa”, comenta.Miguel Teixeira, de Almeirim, tem uma metralhadora MP5 com silenciador e diz-se adepto dos jogos de estratégia, enquanto Dinis Ferreira, do Biscainho, tem uma pistola Beretta M 92 para participar nos jogos. Episódios já viveram muitos no meio do mato. “Uma vez, junto à Agolada, demos com uma senhora a despejar lixo ilegalmente. Ela viu-nos vestidos com uniformes de guerra e com as armas e ela fugiu”, recordam com um sorriso. Com experiência de alguns anos no airsoft, o MAC espera agora vir a participar em provas da federação com clubes a nível nacional.Clubes por todo o paísA prática do airsoft em Portugal começou em 2001, com a criação da Associação Portuguesa de Airsoft – APD, que conta actualmente com cerca de 2.600 praticantes. No total devem ser sete a oito mil os praticantes da modalidade, mas uma boa parte não estão registados em associações nem como armas legalizadas. Existem cerca de 40 clubes filiados na APA-APD, de norte a sul do país. Na região, Coruche e Golegã são os únicos pontos no mapa do airsoft mas também os Bombeiros Voluntários de Vialonga têm esta modalidade na sua secção desportiva.
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