Nunca esteve a frase tão adequada ‘ganha fama e deita-te a dormir’, para classificar o Colete Encarnado de 2010. Estes últimos anos temos assistido à morte lenta de uma Festa Tradicional, o Colete Encarnado. Têm acabado com tudo.Vamos para uma Azambuja, Benavente, Samora Correia, Porto Alto, Montijo e apercebemo-nos que estas festas tradicionais são apoiadas e incentivadas pelo poder local, não só para quem é da terra mas também para quem as visita.Na nossa terra é diferente. Liga-se aos abaixo-assinados de meia dúzia de pessoas, que se sentem incomodadas com uma noite de barulho por ano. Em resposta a estes pedidos a Sra. Presidente devia responder: é uma noite por ano, é o cartão de visita e Vila Franca de Xira é conhecida pela Sevilha Portuguesa, temos que manter isso. Mas, pelo contrário, acede a estes pedidos.E assim sendo chega-se às duas da manhã e manda-se acabar com a música no Mártir Santo, com a justificação de que precisam dos materiais para outra iniciativa e que os eventos são na Av. Pedro Vítor. Então dá que pensar Vila Franca de Xira é o Largo da Câmara a Av. Pedro Vítor. As tertúlias e o resto é paisagem.Eu pergunto: essas pessoas quando chegaram a Vila Franca de Xira não sabiam que havia a festa? Mas gostam de ir para as festas na terra delas. Aí não há problema com o barulho até o sol raiar. E o mais interessante é que essas pessoas tiveram que vir para Vila Franca de Xira para governarem a vida. Afinal Vila Franca de Xira presta para alguma coisa. E eu volto a perguntar onde está o nosso poder local para defesa da cultura e turismo da terra?Podem responder: não temos verbas disponíveis para isso. Mas então falem com as pessoas, peçam opinião ao povo, incentivem os núcleos de amigos a organizarem a festa nas suas ruas e porque não até concurso entre elas. Não é preciso darem-nos medalhas mas bastava uma palavra de apreço pelo nosso trabalho. Sou vilafranquense, nascida e criada. Gosto muito da minha terra. Não a deixem morrer, antes pelo contrário façam-na renascer.Ana da Piedade Bairradas Melão