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Três bandas filarmónicas de Tomar em situação difícil devido à falta de apoios

As bandas filarmónicas Nabantina, Paialvense e da Pedreira, sedeadas no concelho de Tomar, enviaram uma “carta aberta” à câmara municipal acusando uma situação de difícil sustentabilidade devido à suspensão do programa de apoios ao associativismo, ocorrida em Dezembro de 2009. “O facto de ainda não nos ter sido atribuída qualquer verba está a colocar dificuldades ao normal funcionamento destas colectividades”, sublinham os signatários, criticando a atribuição de subsídios avultados para eventos e obras a algumas associações. O atraso e indefinição dos apoios leva mesmo estas três associações a equacionar reduzir ou mesmo suspender as actividades actuais. Na carta, as bandas referem que têm desenvolvido um conjunto de actividades regulares e eventos na área da cultura e educação, representando “condignamente” o concelho. Realçam igualmente o trabalho que têm vindo a realizar na formação musical dos jovens, proporcionando um ensino da música de forma gratuita e com professores credenciados, colmatando a obrigação do Estado em proporcionar condições de desenvolvimento individual e colectivo e de coesão social. Os signatários referem por isso que o apoio financeiro regular que a Câmara de Tomar concede às associações torna-se uma “peça fundamental para o equilíbrio financeiro apertado e difícil”, frisando mesmo que “a continuidade destas actividades regulares depende, de facto, do nível de apoios que a câmara atribui”. “Não basta o nosso grande voluntarismo e dedicação, pois as despesas com honorários de professores e maestros, com a reparação instrumentos e palhetas, com os transportes e com a aquisição de instrumentos e fardamentos são bastante avultadas”, frisam, recordando que a suspensão do programa de apoio ao associativismo, para reformulação, deveria ter sido resolvida até ao fim do 1º trimestre de 2010 com novos critérios, conforme deliberação da Câmara Municipal de 21 de Janeiro.Novo regulamento está a ser ultimadoDe acordo com o apurado, o novo regulamento do sistema de apoio ao associativismo do concelho de Tomar está a ser ultimado, não se prevendo a sua conclusão. “É nossa intenção poder avaliar e discutir com as associações o seu modelo, antes da respectiva aprovação”, disse a O MIRANTE o vereador do Turismo da Câmara de Tomar, Luís Ferreira. Questionado sobre de que modo podem estas associações resolver a situação até que lhes seja concedido apoio financeiro, o responsável é da opinião que devem desenvolver as suas actividades tendo por base as suas receitas próprias e as decorrentes das actividades que eventualmente promovam. “O sistema de apoio ao associativismo deverá ter sempre um sentido complementar e não essencial para a prossecução da actividade regular das associações”, acrescenta Luís Ferreira para quem estas associações não se devem querer constituir como “extensões da administração pública” ou “considerar que lhes assiste o direito de receber sempre, pelo menos o que haviam recebido anteriormente, apenas porque tal acontecia”. Apesar da suspensão do programa financeiro de apoio, a autarquia continua a dar apoio logístico às actividades das associações.O modelo de apoio ao associativismo foi suspenso no final de 2009, por proposta do vereador Luís Ferreira, que considera que este apoiava todo o tipo de actividades associativas, “transferindo ano após ano, durante mais de 15 anos, valores muito semelhantes” ao que se juntou uma grande carga burocrática. “O novo sistema terá de ser simples, claro e apostar em áreas que sejam consideradas prioritárias. Considerar tudo prioritário, além de destruir a essência do conceito prioridade, exigiria recursos que a autarquia de Tomar nunca terá”, conclui o vereador da Cultura.

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