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João Gomes ostenta com orgulho o título de campeão nacional de iniciados

O jovem alpiarcense é ponta de lança do Sport Lisboa e Benfica e só à sua conta na época de 2009/2010 marcou mais de 30 golos

O nome de João Gomes já ganhou expressão no futebol jovem nacional. É ainda iniciado, mas já subiu alguns patamares importantes na vida futebolística. Começou no Clube Desportivo “Os Águias” de Alpiarça, passou pela Académica de Santarém e saltou para o Sport Lisboa e Benfica, onde sonha vir a ser profissional de futebol e futuro ponta de lança do clube do seu “coração”.

João Gomes tem 15 anos, vive na calma vila de Alpiarça, com os pais e uma irmã. Ainda muito pequeno, “quase sem conseguir dar um pontapé na bola”, disse ao pai, João Paulo que queria ser jogador de futebol e do Benfica. “Em casa, na escola, em todos os bocadinhos que tinha a bola era a sua companheira de brincadeira. “Não se fartava de dar pontapés na bola”, diz a mãe, acrescentando “que ainda na barriga já dava pontapés bem fortes”.Foi na condição de jogar na frente de ataque que João Paulo levou o filho a treinar na escola de formação de “Os Águias”, na altura ainda sem campeonato competitivo. “Mas foi para mim uma das maiores alegrias quando o mister Paulinho, me mandou para dentro do campo e comecei a marcar golos. Nunca tive dúvidas de que o meu lugar numa equipa de futebol teria que ser o de ponta de lança”, diz com convicção João Gomes.João Gomes jogou em Alpiarça nas categorias de escolinhas, escolas e infantis, e já dava nas vistas pela facilidade em marcar golos, e também pelo físico. “Era sempre o maior em campo”, diz a mãe. Na passagem a iniciado, apareceu a Académica de Santarém, então também a disputar o campeonato nacional. “Na altura jogámos com o Sporting e com o Benfica, dei nas vistas e os responsáveis ficaram comigo debaixo de olho”.“No final da primeira fase do campeonato o Sporting foi o primeiro clube a contactar o meu pai para eu ir treinar à Academia em Alcochete, fui e no final disseram que nos iam voltar a contactar. Dias depois apareceu o Benfica, não para ir treinar mas para assinar pelo clube. Não hesitei, o Benfica é o clube do meu coração, assinei de imediato. Mais tarde ainda apareceu o Sporting, mas já não havia nada a fazer, já estava vinculado ao “meu” Benfica.João Gomes e os pais garantem que foi muito bom e um grande orgulho ver o filho ser disputado pelos dois clubes grandes de Lisboa. “O João não cabia em si de contente quando juntamente com o pai assinou pelo Benfica”, diz a mãe.Na altura, João Gomes era ainda iniciado de primeiro ano e foi para o Benfica jogar na equipa B, disputando o Campeonato Distrital de Lisboa. Sagrámo-nos logo campeões distritais e fui chamado à Selecção de Lisboa, para disputar o Torneio Lopes da Silva (o torneio jovem mais prestigiado do país, disputado por todas as selecções distritais de Portugal), e as coisas correram muito bem, fui um dos melhores marcadores e vencemos o torneio”, diz com alegria o jovem jogador.Na época de 2009/2010 João Gomes passou para a equipa A e destacou-se como marcador. “Não sei bem quantos golos marquei, sei que foram mais de 30”. E na fase final do campeonato, em que foi titular em quatro dos seis jogos disputados, saltou de alegria com a conquista do título de campeão nacional.Enquanto ia fazendo a sua formação de futebolista João Gomes não descurava os estudos. “É um bom aluno. Embora com a ida para o Benfica tenha havido uma ligeira oscilação, continua a ser aluno de notas regulares e ainda não falhou nenhum ano, passou agora para o décimo ano”, diz satisfeito o pai.A chamada do Benfica e o saber que ficava no clube, “foi das melhores coisas da minha ainda curta vida, só igualada agora com a conquista do título de campeão nacional de iniciados”, garantiu João Gomes, que revela ainda que tudo passou a ser diferente. “Estou no clube do meu coração, as exigências de treino são muito maiores e as responsabilidades então não se comparam com as que tinha no Águias e mesmo na Académica de Santarém”, garante.“Mas eu quero ser futebolista profissional e se possível no meu Benfica, por isso estou disposto a fazer todos os sacrifícios e a dar o meu melhor no trabalho de campo e no trabalho psicológico. Sei que conto com o apoio dos meus pais, que têm sido determinantes para que eu possa continuar a sonhar”, diz com fé o jovem Gomes.Curiosamente, apesar de estar no Benfica, João Gomes não esquece os treinadores que lhe ensinaram os primeiros passos na difícil tarefa de vir a ser futebolistas. “Nunca vou esquecer a forma de ensinar do mister Paulinho, que me ensinou a “andar” dentro do campo. Depois os treinadores José Grilo, César e António Costa, que ajudaram a moldar-me como ponta de lança”.Admirador da forma de jogar do francês Thierry Henry, João Gomes sonha com uma carreira profissional de sucesso. “Quero chegar à Selecção Nacional e para além do “meu” Benfica, gostava de um dia jogar no campeonato inglês ou espanhol. Para mim os dois campeonatos mais competitivos e entusiasmantes do mundo”. Um investimentopara a vida do JoãoJoão Gomes não é residente no Centro de Estágio do Benfica no Seixal, mas treina lá quatro ou cinco vezes por semana. É o pai que faz o seu transporte. “Faço-o com gosto porque o que eu e a minha esposa queremos é ver o João feliz, a fazer o que gosta. É um investimento que fazemos para a sua vida”, diz João Paulo.No entanto, João Paulo garante que o investimento nestes anos foi atenuado pelo facto de haver na zona quatro jovens a jogar nos iniciados do Benfica, um de Torres Novas, dois de Alpiarça e um de Almeirim. “Assim combinamos e cada dia um dos pais fazia o transporte dos miúdos, ficava mais barato e eles convivem um pouco mais e desenvolveram uma sólida amizade”. Para a próxima época tudo vai ser diferente. Dos quatro jovens, só o João Gomes e Miguel Miguel, o jovem de Torres Novas transitam para a equipa de juvenis, os outros dois saíram para o União de Leiria. Por isso ainda não está decidido o que vai ser feito. “Possivelmente o João vai ficar residente no Centro de Estágio do Seixal, parece-nos que é melhor para ele, fica com mais tempo para descansar e estudar. Vai-nos custar muito, mas sempre que a saudade apertar damos lá um salto”, diz o pai do jovem.

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