A comissão administrativa que gere os destinos do Clube Atlético Riachense está consciente das dificuldades que vão encontrar com a subida do futebol sénior à terceira Divisão Nacional e por isso as previsões e objectivos para a época, que começou sábado, dia 31 de Julho, com a apresentação do plantel, são realistas. “Apenas queremos dignificar a camisola do Riachense e garantir a manutenção o mais cedo possível”, disse o director desportivo, Miguel Cunha.Aliás, Miguel Cunha, garantiu que o Riachense é actualmente um clube do distrital, foi campeão e por isso obrigado a subir de divisão. “Não concordo com esta situação de obrigatoriedade, o clube devia poder optar pela subida ou pela manutenção, nunca obrigado a subir, porque se não o fizer é obrigado a descer ao escalão mais baixo do distrital. Isto não é correcto”.O dirigente aproveitou também para agradecer aos atletas que ficaram, “é um orgulho muito grande para os membros desta comissão administrativa estar aqui hoje a apresentar este plantel, porque é recheado de jogadores de valor acima da média, que compreenderam as dificuldades do clube e aceitaram, mais uma vez, baixar os subsídios que lhes damos ao fim do mês. Os sócios têm que corresponder a este acto e vir ajudar-nos e apoiar sem condições este grupo”, disse comovido Miguel Cunha.Os sete elementos da comissão administrativa que acederam levar por diante a tarefa de levar o Riachense ao nacional teve também em mente dar um prémio aos jogadores que nos últimos dois anos foram campeões distritais. “Este grupo de jogadores merece o nosso sacrifício, nos últimos anos foram muito grandes e levaram bem alto o nome do Clube Atlético Riachense. Por isso é bom ver esta sala cheia de sócios neste dia da apresentação”, referiu o dirigente.Falta de um patrocinador mais forte complica a vida à comissão administrativa. “Nos últimos anos tivemos sempre uma ou duas empresas que garantiam um bom apoio em troca com a publicidade nas camisolas, este ano ainda não conseguimos encontrar um patrocinador, temos que trabalhar mais no sentido de encontrar quem nos ajude com verbas para continuar-mos a ver o Riachense a ser o clube modelo no cumprimento dos seus compromissos”, referiu Miguel Cunha.O dirigente criticou ainda a forma como os clubes desta pequena dimensão são tratados pela Federação Portuguesa de Futebol, considerando que é um dos organismos que contribui para que um, cada vez maior, número de clubes abandone o futebol. “É uma vergonha o que se está a passar nos nacionais. Para jogarmos em casa temos que pagar mais de 800 euros em taxas de jogo. Vão haver muitos jogos em que as receitas não chegarão para pagar essas taxas”, garantiu.Mas o plantel apresentado dá garantias de ver a equipa fazer um bom campeonato e isso é um ponto de satisfação para os dirigentes. O clube apostou mais uma vez num treinador jovem, Nando Costa, que vai ter como adjuntos Pedro Monserrate e Rui Maltez, tudo gente da casa e manteve a maioria dos jogadores.O novo treinador tem assim à sua disposição os jogadores que transitam da época passada: Rodrigo Murcela, que vai ser o novo capitão de equipa, Carioca, Nuno Paulo, Pedro Galrinho, Moita, Paulito, Rafa, Bruno Lemos, Fábio Pereira, Diogo Dias, Lukas, Miguel Luz, Saúl, Micael, Moreira, Rui Galrinho, Cláudio e Marco Gomes. Caras novas são: Santana (ex-Gavionense), Nelson Pires (ex-Torres Novas), Gonçalo Fernandes (ex-Gavionense), Dário (ex-Alcanenense), David (ex-União de Tomar) e Emerson (ex- Sintrense).Um treinador jovem que não teme as responsabilidadesFernando Costa, “Nando Costa” como é mais conhecido, é um treinador jovem, que teve uma curta experiência como treinador principal no Operário Meiaviense, nos últimos três anos foi adjunto de Frederico Rasteiro, no Riachense, agora assume, sem receio, a responsabilidade dar continuidade ao “excelente” trabalho realizado “pelo seu amigo” Frederico Rasteiro.O novo técnico garantiu que está consciente do trabalho difícil que tem pela frente e garante que o facto de ter sido colega de equipa, como jogador, de uma grande parte dos jogadores que compõem o plantel “só acrescenta motivação ao meu trabalho. Os jogadores conhecem-me eu conheço-os a eles, somos amigos, mas acredito que todos vão ter o conhecimento certo do seu lugar”.Nando Costa vai levar a equipa a jogar no nacional. “Há uma grande diferença entre o distrital e o nacional, os resultados vão ser mais discutidos, não vai haver resultados com grandes diferenças, vamos ter que lutar arduamente pela vitória. É aí que nós, equipa, pedimos o apoio dos sócios, queremos que sejam exigentes, mas também queremos que não nos faltem com o seu incentivo”.O Clube Atlético Riachense é também conhecido como um clube que gosta de dar oportunidade a treinadores jovens, muitas vezes desconhecidos do público. Na generalidade tem dado certo. Por isso Nando Costa, tem esperança que aconteça o mesmo com ele. “Podemos fazer a analogia com Frederico Rasteiro, um treinador muito jovem que ninguém conhecia aqui no distrito de Santarém, sentiu algumas dificuldades no primeiro ano de trabalho, mas nunca desanimou e com o seu entusiasmo e vontade de vencer, conseguiu levar o Riachense a três épocas de sonho” disse Nando Costa, acrescentando que é com os métodos de trabalho deste técnico e “amigo” que quer continuar a levar o clube de Riachos pelos caminhos da vitória.Também a família mereceu uma palavra de apreço do jovem treinador. “A família é quem mais sofre com as nossas ausências e com o estado de espírito quer na vitória quer na derrota. A minha esposa sabe que o futebol faz parte do meu mundo e apoia-me de forma incondicional, a minha filha é muito pequenina, vou compensá-las das minhas ausências em todos os momentos que tiver disponíveis”, garantiu Nando Costa.